Natal Sem Fome de Arte é o tema da campanha da Fundação Macaé de Cultura, que será lançada nesta segunda-feira (3), durante o evento “Segunda de Primeira”, de música instrumental, na Praça das Artes do Centro Macaé de Cultura.
infanto-juvenis, que serão doados às crianças atendidas por entidades filantrópicas de Macaé. As doações serão recebidas na Galeria de Hindemburgo Olive, Av. Rui Barbosa, 780, térreo, no Centro de Macaé.
- Levaremos brinquedos e também livros, para estimularmos a leitura, e prepararemos uma mostra cultural para as crianças atendidas por entidades filantrópicas, informou Conceição de Maria, presidente da Fundação Macaé de Cultura.
O “Segunda de Primeira”, sempre com entrada franca, nesta edição traz Jean Macaeh e convidados: Grupo de Flautas Benedito Lacerda; João Peixoto, no cavaco; Nem, no pandeiro; Lúcio Duval, no violão, e Jair Monteiro, no vocal.
Além de música brasileira de qualidade, haverá interpretações de poemas por poetas e atores. No repertório, músicas de Cláudio Camunguelo, Sivuca, Tom Jobim, Pixinguinha, Roberto Simões, Cartola, João Bosco, Padem Phaue e Hermeto Páscoa, serão intercaladas por poesias de Pablo Neruda, Jane Éster, Mário Quintana, Ari Barroso, Noel Rosa e Jean Macaeh. Jean, professor de flauta do Conservatório Macaé de Música, prestará uma homenagem ao compositor, flautista e maestro macaense, Benedito Lacerda.
Jean Macaeh, criador da Orquestra de Choro Viriato Figueira da Silva, estará lançando, no próximo mês, o CD “Choro Carioca”, com composições de Roberto Simões e participações de Léo Gandelman e Marcos Ariel. Jean iniciou sua formação em flauta transversa na Sociedade Musical Nova Aurora e se aprimorou em cursos na Funarte, UFRJ, Uni-Rio e UFF, vindo a atuar com importantes nomes da MPB.
Empresas aderem à campanha
Antes mesmo do lançamento oficial, a Campanha Natal Sem Fome de Arte já arrecadou cerca de 300 brinquedos e muitos livros. A Fundação Macaé de Cultura organizou uma mobilização interna coordenada pelo seu vice-presidente, Denílson Machado, e pela diretora-adjunta da Escola de Artes Maria José Guedes, Ivanda Alfradique.
Essa quantidade foi alcançada com a colaboração de empresas como a Chistensen Roder. Cleide Amaral França, coordenadora do projeto Íris da Chistensen Roder, cujo lema é Integração e Solidariedade, e também responsável interina pelo setor de Responsabilidade Social da empresa, se empenhou para adesão interna à campanha.
- Estamos, desta forma, trabalhando a questão sócio-cultural dentro da empresa. Abraçando essa campanha buscamos o sorriso dessas crianças no Natal e levar um futuro de mais esperanças. É um exemplo a ser seguido por outras empresas. A recuperação da sociedade está em nossas mãos”, disse a representante da Chistensen Roder, empresa de produção de brocas e coroas de perfuração e de serviços de manutenção do setor de petróleo e gás, que está em Macaé desde 1981.
Homenagem a Benedito Lacerda
O compositor, flautista e maestro, Benedito Lacerda, nasceu em Macaé em 1903. Desde criança freqüentou a Sociedade Musical Nova Aurora. No início dos anos 30, Benedito organizou o grupo Gente do Morro, fiel ao ritmo brasileiro, e mais tarde o Conjunto Regional Benedito Lacerda. Esse grupo acompanhou estrelas como Carmem Miranda, Luis Barbosa, Mário Reis, Francisco Alves, Silvio Caldas. Benedito Lacerda também compunha, privilegiando o repertório de choro, inclusive em parceria com Pixinguinha.
O trabalho da dupla rendeu cerca de 40 gravações, além das edições de músicas e lançamentos de álbuns de partituras. Foram parceiros em Pérolas, Sofres por que queres, Naquele Tempo e Um a Zero. Segundo críticos os arranjos e contrapontos executados pela dupla revolucionaram a instrumentação brasileira e influenciam até hoje os novos talentos musicais.
Seus principais sucessos foram: A jardineira, com Humberto Porto, interpretado por Orlando Silva (1939); A Lapa, com Herivelto Martins, por Francisco Alves (1949); Acerta o passo, com Pixinguinha (1949); Acorda, escola de samba!, com Herivelto Martins, por Sílvio Caldas (1937); Acho-te uma graça, com Carvalhinho e Haroldo Lobo, por César de Alencar e Heleninha Costa (1952); Aliança Partida, com Roberto Martins , por Orlando Silva (1937); Duvi-d-o-dó, com João Barcellos, por Carmen Miranda (1936), entre muitos outros.