Recebendo neste sábado o Projeto Bairro Cidadão, da prefeitura de Macaé e do Programa Macaé Cidadão, a Malvinas terá um dia dedicado à cidadania. A prefeitura, secretarias, programas e fundações estarão presentes, oferecendo uma série de serviços à população, como apresentações culturais, peças teatrais, apresentação de trabalhos e oficinas e oportunidade de tirar carteira de trabalho, de identidade. Além disso, será feito cadastramento para vagas de empregos e cursos de qualificação, emissão de currículos e apresentação das vagas de emprego disponíveis, corte de cabelo, manicure e depilação.
Apresentando crescimento acentuado nos últimos anos, acompanhando o desenvolvimento de Macaé, Malvinas é uma localidade do bairro Botafogo. Situada no Setor Administrativo 3 (SA 3), a Malvinas fica em uma das áreas mais populosas de Macaé. O setor possui 51.883 quilômetros quadrados, de acordo com dados do Programa Macaé Cidadão, de 2001, quando foi realizada a Pesquisa Domiciliar. Na época, foram contabilizados 6.721 domicílios e 22.182 moradores.
Segundo dados da Associação de Moradores, contabilizados nos dois últimos anos (2004/2005), a população da localidade da Malvinas é de mais de 13 mil moradores, o que mostra que o crescimento da comunidade vem se acentuando nos últimos anos, como acontece em todo Macaé.
Sobre a Malvinas, a Pesquisa Domiciliar do Macaé Cidadão, em 2001, mostrou que residiam na localidade 5.855 pessoas, sendo 2.918 homens e 2.937 mulheres, em 1.655 domicílios, sendo a maioria (1.206) próprios e já pagos e 281 alugados. O material predominante nas paredes externas dos domicílios era a alvenaria e a metade das residências (884) contava com filtro de água. A maioria das residências tinha rádio, televisão e geladeira.
Em relação aos serviços de infra-estrutura, a Pesquisa Domiciliar do Macaé Cidadão mostrou que a grande parte dos domicílios da Malvinas (1635) contava com rede de água geral, 1.640 com energia elétrica e 1.482 com rua pavimentada.
Conheça a história da localidade
Quem visita a Malvinas pode constatar o crescimento que Macaé vem vivenciando nos últimos anos. Surgida de uma invasão no início da década de 80, hoje apresenta outra feição. Com ruas urbanizadas, com calçamento e iluminação, comércio bastante movimentado, duas escolas, duas unidades de saúde, a Malvinas pouco lembra aquela comunidade que cresceu em cima do mangue, com residências sobre palafitas.
Adriano Gomes da Silva, 31 anos, o Maninho, morador das Malvinas desde 1982, três vezes presidente da Associação de Moradores do bairro e um lutador pelo crescimento de sua comunidade, explica que, quando a localidade surgiu, acontecia a Guerra das Malvinas, entre a Argentina e a Inglaterra. A luta pela permanência na área, sendo ameaçados várias vezes de retirada do local, lembrava aos moradores a luta pela Malvinas, daí a razão do nome. Quando presidente da Associação, Maninho tentou mudar o nome do bairro para Nova Esperança, mas os moradores não aceitaram, porque já haviam se acostumados com a denominação. E ficou Malvinas, com a comunidade escrevendo sua história na história de Macaé, com luta e dignidade.
Comunidade é uma ilha
Poucas pessoas sabem, mas a Malvinas é uma ilha, cercada de um lado pelo Canal da Virgem Santa e, do outro, pelo Rio Macaé. Uma ilha até pouco tempo com uma única entrada e saída, pela Ponte sobre o Rio Macaé, que separa a localidade do bairro Botafogo, e que desemboca na rua Principal das Malvinas.
Hoje, com o crescimento do município e a abertura da Linha Azul, a atual administração municipal deu ao bairro outra entrada e saída. Mesmo assim, o movimento da Rua Principal é intenso, já que ali se localizam, além de moradias, vários pontos comerciais e por ali passam ônibus, vans, caminhões, motos, bicicletas e automóveis. A melhoria do trânsito é uma das reivindicações da Malvinas.
A abertura da Linha Verde, ligando a Aroeira aos Cavaleiros, e da Linha Azul, pela administração municipal, trouxe aos moradores da Malvinas maiores facilidades para se locomoverem em direção aos Cavaleiros e às comunidades do Parque Aeroporto, Ajuda, Imburo, Barra de Macaé, entre outras.
Melhorias começaram a partir de 1984
Segundo informações de moradores da localidade, como dona Jacira Gomes da Silva, 52 anos, que reside a 25 anos na Malvinas, quando a localidade surgiu, só havia mato e mangue. A área era conhecida como Dique do Rio Macaé. As primeiras casas foram construídas sobre o mangue e os guaiamuns eram muito comuns.
As melhorias começaram a partir de 1984, quando foi colocada a luz, mas a comunidade começou a crescer a partir de 1989, quando a prefeitura iniciou o calçamento das ruas. Hoje, a Malvinas conta com 32 ruas calçadas.
Os moradores lembram que início, não havia água encanada e a população pegava água no Botafogo. Quando chovia era muita lama. Para melhorar as ruas e as casas, ainda no início da década de 80, a prefeitura iniciou a colocação de aterro nos terrenos.
Em 1989, a Cedae começou a levar água para as casas e, com água encanada, ruas calçadas, iluminação pública e nas residências e coleta regular de lixo, a vida da população começou a melhorar. Atualmente, as maiores reivindicações dos moradores são a instalação da rede de esgoto e um trabalho de conscientização com os moradores que margeiam o Canal da Virgem Santa, para evitar o lançamento de lixo e esgoto no Canal.
Na Malvinas está situada uma Estação de Tratamento de Efluentes Sanitários com Lagoa de Aeração, que trata os dejetos de parte das residências e das comunidades vizinhas. A localidade conta com uma área de lazer, o campo de futebol situado na entrada do bairro, em frente à Escola Parque Wanderley Quintino Teixeira.
Na Malvinas há uma Igreja Católica, várias igrejas evangélicas, um comércio bastante atuante, com mercearias, padarias, locadoras de vídeo, lanchonetes, bares, farmácia, lojas de material de construção, entre outros.
Educação atende a mais de 1.100 alunos da comunidade
Na área de Educação, a Malvinas conta com três escolas da rede municipal, o Colégio Municipal Eraldo Mussi, a Escola Parque Municipal Wanderly Quintino e a Escola Municipal Arco Íris. São atendidos mais de 1.100 alunos residentes na localidade.
O Colégio Municipal Eraldo Mussi, localizado na Rua H, 486, atende, no ano letivo de 2006, a alunos da primeira à quinta série do Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos. Estão matriculados no colégio 557 alunos. Conta com 23 turmas, 23 professores, biblioteca, sala de artes, refeitório, banheiros e funciona em três turnos.
A Escola Parque Municipal Wanderley Quintino Teixeira, na Rua da Felicidade, s/nº, é direcionada à Educação Infantil, atendendo a 300 alunos. A Escola tem boa infra-estrutura para receber às crianças da comunidade.
Na Escola Municipal Arco Íris, também direcionada à Educação Infantil e situada na Rua W 5, s/nº, já foram matriculados este ano 260 alunos.
Os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e os do Ensino Médio residentes na localidade são atendidos em escolas do Botafogo ou na Aroeira, localidades vizinhas ao bairro.
Saúde para todos
Na área de Saúde, a comunidade conta com duas Unidades Básicas de Saúde, onde funcionam três Módulos do Programa Saúde da Família, Malvinas A e C e o Malvinas B.
Os Módulos do PSF A e C contam com dois enfermeiros, dois médicos, dez Agentes Comunitários de Saúde residentes na localidade, dois técnicos de enfermagem, um auxiliar de enfermagem, dois recepcionistas, um fisioterapeuta, um dentista, um auxiliar dentário, dois auxiliares de serviços gerais. Funciona de segunda a sexta-feira, de 8 às 17 horas. Nesses Módulos estão cadastradas em torno de 1.800 famílias.
Os módulos contam com consultórios médicos (2), consultórios de enfermagem (2), fisioterapia (1), odontológico (1), sala para pré-consultas, sala de curativos, sala de vacinas, de nebulização e de reuniões, farmácia para dispensação de medicamentos e banheiros.
Nas unidades são realizadas consultas de clínica geral, enfermagem e fisioterapia. Há atendimentos a pacientes hipertensos, diabéticos, pré-natal, puericultura, puerpério, planejamento familiar, exames preventivos, DST/Aids, hanseníase, tuberculose. O PSF conta com atendimento odontológico todos os dias, de manhã e à tarde.
Oferece apoio e orientações e, se necessário, consulta com nutricionista e assistência social. Mantém parceria com a Coordenadoria de Saúde Mental. Realiza ações de Educação em Saúde, curativos, exames de glicemia capilar, aferição de pressão arterial, nebulização, distribuição de medicamentos.
PSF Malvinas B
Tem cadastradas 953 famílias. Localizado na Rua Principal, 540, foi instalado em 1998. Conta com dois consultórios (médico e enfermagem), sala de curativo, sala de vacinação, farmácia, um consultório dentário, banheiros. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 h.
A equipe é formada por um enfermeiro, um médico, dois técnicos de enfermagem, um fisioterapeuta, cinco agentes comunitários de Saúde residentes na localidade, um recepcionista e um auxiliar de serviços gerais. Realiza visitas domiciliares, cadastrando e ouvindo os moradores.
Serviços prestados: vacinação, curativos, retirada de pontos, nebulização, clínica médica, atendimento em dermatologia, ações educativas relacionadas à manutenção da saúde, serviço de remoção, com ambulância 24 horas, exames e consultas de pré-natal e planejamento familiar.
Na Unidade funcionam os programas de prevenção à hipertensão e diabetes, câncer de mama e cérvico-uterino, combate às carências nutricionais de gestantes e crianças, puericultura (com acompanhamento às crianças de 0 a 1 ano), atendimento de fisioterapia e odontológico, Saúde Mental e Serviço Social.
Realiza ações de assistência básica de vigilância epidemiológica e sanitária nas áreas de atenção à criança, ao adolescente, à mulher, ao trabalhador e ao idoso, com acompanhamento médico, de enfermagem, fisioterápico, educação em saúde e visitas domiciliares.
Nova Malvinas - Há poucos anos, surgiu a comunidade Nova Malvinas, fruto de invasão e que já conta com muitas residências. Nesta comunidade, as ruas não são calçadas e a infra-estrutura é precária. Em área de mangue e de proteção ambiental, onde as construções são proibidas, os moradores da Nova Malvinas vivem com uma série de dificuldades, convivendo com ruas sem calçamento, iluminação precária e carência de saneamento básico. A prefeitura não tem como fazer melhorias no local por ser área de invasão e de proteção ambiental. A intenção é retirar as famílias do local e levá-las para outras áreas que não sejam de risco.