Foto: Kaná Manhães
Exemplo de superação, Ivan Santos fez parte do Nova Vida e hoje trabalha como digitador
Qualificar e inserir jovens com necessidades especiais no mercado de trabalho tem sido um dos maiores desafios da sociedade atual - no passado os “deficientes” sempre foram vistos como seres distintos e à margem dos grupos sociais. Contudo, a história começou a mudar a partir do momento em que os jovens tiveram acesso à igualdade de oportunidades através de projetos sociais como o Programa Nova Vida, desenvolvido pela prefeitura de Macaé. O programa visa justamente formar e capacitar o adolescente, incentivando-o a profissionalização, para posterior inserção no mercado do trabalho.
Segundo a coordenadora do Programa Nova Vida, Marília Bastos Nunes, o fundamental de todo este processo é conscientizar os pais desses adolescentes portadores de necessidades especiais de que é possível incluir seus filhos no Programa Nova Vida, para que eles possam ter as mesmas oportunidades dos demais jovens do projeto.
- É muito importante que os pais incentivem seus filhos a participar do projeto e colaborar para que eles acreditem na sua capacidade de realizar tarefas como qualquer outra pessoa, e de que eles também têm condições de conquistar um espaço no mercado de trabalho dentro de suas limitações, destacou a coordenadora.
Um exemplo de força de vontade, perseverança e determinação é do deficiente visual Ivan Henrique Soares dos Santos, 18 anos, morador do bairro Lagomar, e que fez parte do Programa Nova Vida desde os seus 16 anos de idade. O jovem ingressou ao projeto por iniciativa de sua mãe, e desde então tem atuado na Secretaria de Trabalho e Renda (Semtre) primeiramente como recepcionista, na captação de vagas, e em seguida no setor multidisciplinar, local onde foi contratado recentemente como digitador fazendo currículos para os candidatos às vagas de emprego.
- As pessoas não têm o costume de trabalhar com pessoas deficientes, pois os empregadores quase não oferecem vagas para deficientes e assim fica muito difícil a ter acesso ao mercado de trabalho. Lá na Secretaria de Trabalho e Renda estamos tentando reverter este quadro e mostrar para a sociedade que nós, portadores de deficiência, também temos condições de desenvolver atividades diárias tanto do setor público quanto de empresas privadas, destacou Ivan.
Ivan conta que sempre teve facilidade de se relacionar com outras pessoas de sua idade em todos os grupos que tem sido inserido, e que sempre participou das atividades e oficinas oferecidas pelo Projeto Nova Vida. Depois que encerra seu expediente na Semtre, Ivan se direciona para a Associação Macaense de Apoio ao Cego (AMAC) onde faz aulas de informática avançada, as segundas, terças e sextas-feiras. O curso tem colaborado para seu aperfeiçoamento profissional.