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Obras beneficiam moradores do Nova Esperança e Nova Holanda

20/08/2010 17:29:09 - Jornalista: Maria Izabel Monteiro e Janira Braga

Foto: Kaná Manhães

Ruas enlameadas estão dando lugar a vias com calçamento e paralelos

Cinco mil moradores são beneficiados no bairro Nova Esperança com as obras que a Prefeitura de Macaé, em parceria com o governo federal, implanta no local, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Cerca de 48% da obra está concluída e inclui redes de esgoto e de água pluvial, pavimentação e a instalação da rede de água potável. O bairro Nova Holanda é outro beneficiado com obra de infraestrutura, custeada exclusivamente pela prefeitura. Os trabalhos se intensificam na construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que vai tratar também o esgot do Nova Esperança e Fronteira.

Após oito meses do início, moradores de Nova Esperança já convivem com outra realidade. Ruas enlameadas estão dando lugar a vias com calçamento e paralelos. A água, que chegava às casas em péssimas condições através de encanamentos clandestinos, já sai das torneiras das casas dos moradores.

A prefeitura está investindo R$ 2 milhões na obra, de contrapartida, e do PAC, são mais R$ 10 milhões. O projeto prevê o alargamento e a pavimentação das vias de acesso e todo o sistema de drenagem completo. Estão em andamento a construção de 64 apartamentos para moradores que, hoje, vivem em áreas de risco dentro do Nova Esperança, como a beira do canal. A expectativa é que a inauguração do primeiro prédio, com 16 unidades habitacionais, e do centro comunitário, seja realizada já no próximo mês.

O sistema de drenagem é composto por um conjunto de estruturas que se integram para gerar o resultado final, com bacias de detenção, comportas, estações elevatórias, galerias e escoamento.
Estão sendo instaladas galerias retangulares para o escoamento da água pluvial com medidas de dois metros de largura por um de altura e outras de 1,5 metro de largura por um de altura.

A prefeitura vai construir também um tanque de contenção para coletar a água pluvial e de lá a água será bombeada para o canal da Rua Medeiros, que se encontra com o canal Macaé-Campos – detalha o secretário de Obras, Tadeu Campos.

Os trabalhos no Nova Esperança incluem o Plano de Trabalho Técnico Social, promovido em parceria com a Secretaria de Habitação. A abordagem social é feita por psicólogos e assistentes sociais e acontece a cada trecho onde a obra vai passar.
Moradores elogiam obra do Nova Esperança

O morador há três anos do bairro, Valdivino de Siqueira, de 48 anos, comemora a intervenção no bairro. “Quando cheguei aqui era lama pura. Depois que começaram as obras, nossa vida melhorou muito. A água, que antes alagava as nossas casas, não existe mais nas ruas. O bairro já está 50% melhor, mas ainda vai melhorar 50% quando a obra terminar”, opina.

A prefeitura tenta agora ampliar a obra no Nova Esperança e incluir o bairro no PAC 2. De acordo com a subsecretária de Urbanismo, Alessandra Aguiar, a obra do PAC da Nova Esperança modifica de forma relevante a vida dos moradores. “Isso é fruto de um trabalho muito planejado pela prefeitura, que vem atuando desde 2007 na composição do Projeto de Urbanização voltado para o cumprimento das normativas do Ministério das Cidades, que hoje se tornou referência na área do interior do estado”, ressalta.

A subsecretária de Urbanismo explicou que o bairro foi dividido em três bacias e, na primeira fase do projeto, uma delas é beneficiada diretamente com a obra. A área representa, aproximadamente, 130 mil metros quadrados dos 625 mil metros quadrados do Nova Esperança. A expectativa é que as outras duas bacias sejam contempladas no projeto do PAC II, que está em fase de análise pelo Governo Federal.

Levantamento prévio feito no Nova Esperança mostrou as dificuldades da obra devido às dimensões estreitas das ruas, a falta total de infraestrutura e a ocupação do solo, sem planejamento e desregulada. “A obra visa garantir melhor qualidade de vida para os moradores”, frisa o secretário de Obras.

Alessandra Aguiar destaca que a iniciativa não é apenas um projeto de urbanização. “Até pela própria normativa do programa, há um envolvimento da população em todas as etapas da obra. É um trabalho pioneiro na cidade. As pessoas se sentem inseridas, fazendo parte das decisões a respeito de seu bairro, o que faz com que tenham mais cuidado pela sua rua, pelo seu bairro. É uma forma de cuidar da área em que se vive”, acentuou.

Seguindo as exigências do Programa, são realizadas, semanalmente, reuniões com representantes da comunidade, a fim de discutir as mudanças no bairro. Assistentes sociais da prefeitura visitam as casas em ruas onde serão realizadas as obras, explicam as intervenções e buscam minimizar os possíveis transtornos perante a população.

- Com o bom andamento das obras, os moradores agora são mais participantes, querem que a obra, que está em uma rua, avance para a rua onde eles moram. O resultado tem sido bastante positivo - explicou a assistente social Graziella Barros. “Os moradores não são pegos de surpresa com obras na sua rua, na sua calçada. Essa interação é nova”, elogia o engenheiro civil da Prefeitura e responsável pela fiscalização da obra, Santiago Borges.

Além da prefeitura, a Caixa Econômica Federal promove mensalmente a fiscalização do projeto, garantindo transparência na gestão dos recursos investidos através do PAC, tanto o recurso oriundo do governo federal, quanto a contrapartida da prefeitura.
De acordo com a coordenadora da RSN da Caixa, Zenobia Silva Bairral França, que acompanha as obras, a cada 30 dias é realizada uma visita do governo federal para verificar o andamento dos serviços. "Todos os meses a caixa visita a área de intervenção, verificando o andamento das obras e as documentações pertinentes", completou.

Outro ponto positivo é a geração de emprego para os moradores da comunidade. Dos 105 funcionários da empreiteira licitada para a obra, 75 são moradores do Nova Esperança e bairros adjacentes. Gente como o carpinteiro Luiz Aroldo da Silva, de 45 anos. Morador de Macaé há 10 anos, Luiz mora no Nova Esperança e foi um dos fundadores do bairro. Feliz em trabalhar na obra, ele explica que as mudanças serão muito mais profundas para o bairro. “Temos a oportunidade de apagar da memória coisas negativas e preconceitos que os moradores daqui sofrem. Aqui é um bairro de gente trabalhadora, que só estava precisando de uma chance. Isso faz com que eu me sinta um cidadão mais honrado, que está sendo visto pela sociedade”, afirmou.

Nova Holanda: obra é custeada pela prefeitura

O bairro Nova Holanda é outro beneficiado com obras de infraestrutura urbana, custeadas exclusivamente pela prefeitura de Macaé. No momento, os trabalhos se intensificam na construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Nova Holanda, que vai tratar o esgoto dos bairros Nova Esperança, Fronteira e também dos arredores.

- Em função da questão ambiental, a localização da ETE do Nova Holanda foi alterada e a obra segue tanto nos serviços da ETE, quanto nos trabalhos de infraestrutura – detalhou o secretário de Obras, Tadeu Campos. A prefeitura investe R$ 35 milhões nas obras do Nova Holanda, que recebe redes de drenagem de águas pluviais, rede de esgoto, pavimentação, revisão na rede de água potável, além de outros serviços.

Cinco mil e 500 metros quadrados do bairro serão pavimentados. As redes de água pluvial e de esgoto vão totalizar 3,6 mil metros. Algumas ruas já estão com a infraestrutura concluída, com as redes já instaladas, pavimentadas, com meios-fios e calçadas.
A ETE terá capacidade para atender a 50 mil pessoas, captando 74 litros de esgoto por segundo. Com essa obra, a prefeitura avança na ampliação do saneamento básico de Macaé.


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