Com apoio de diversas empresas, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), vinculado à secretaria Executiva de Infância e Juventude (Sinjuv), realizou evento, intitulado Recriando Tarsila, na noite de sexta-feira (24), no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindiservi), na Fronteira.
O objetivo do evento foi despertar o lado artístico, descobrir novos talentos e promover cidadania pela arte de crianças, cujas famílias vivem em dificuldade sócio-econômica, moradoras dos bairros Fronteira e Nova Holanda. Ao todo são 90 crianças com idades entre sete e 14 anos atendidas pelo Peti.
Para isso, a assistente social Verônica Klein e a psicóloga Ana Cristina Soares Dias não medem esforços para visitar e acompanhar as famílias necessitadas. Verônica, por exemplo, lembrou que há muitos problemas sociais, pois a situação destas células familiares está na linha de pobreza. Já a psicóloga disse que encontrou famílias em conflitos, mas sente-se orgulhosa de que muitas crianças agora têm perspectiva de futuro. “Algumas estavam tristes e abatidas, mas hoje percebo alegria e esperança nelas”, ressalta a psicóloga.
Sobre o projeto Recriando Tarsila, o secretário de Infância e Juventude, Júlio César de Barros enfatizou a importância motivada pela parceria com a iniciativa privava – como a empresa de engenharia Petrometal, a Emoldurart’s, a Lojas Prates, a Cooperativa de Garçons, o Raio de Sol Buffet e a MCA (Mulheres Cristãs em Ação). A secretaria Especial de Desenvolvimento também apoiou o evento social.
Na ocasião, sete jurados (sociólogos, artistas plásticos, engenheiros e pedagogos) escolheram os três melhores trabalhos dentre 48 obras, baseadas em pinturas de Tarsila do Amaral. A artista pintou sobre negros, índios e pescadores, enaltecendo a brasilidade. Ela tinha como escola o modernismo.
Mães como a servente Kátia Cristina Bandeira Silva, moradora da Fronteira, elogiaram o projeto. “Minha filha aprendeu a pintar. Houve mudança cultural nela, que passou a se interessar mais pelos estudos”, comentou. Já a filha, a estudante adolescente de 13 anos, Jeniffer Silva dos Santos, lembrou que passou a envolver-se mais com arte, através da obra de Tarsila do Amaral. Ela pintou O Ovo (Urutu), feito em óleo sobre madeira.
Abaporu, Sol Poente, Composição, A Negra, Manacá e A Lua foram algumas das obras de arte da pintora em que as crianças se inspiraram desde maio para comporem os novos trabalhos artísticos. Tiveram duas aulas semanais. Segundo o orientador pedagógico do Peti e um dos organizadores do evento, Douglas Fontes, Tarsila pintou o povo brasileiro e, por intermédio da releitura realizada pelas crianças, o mundo artístico-cultural foi apresentado a elas.
As três primeiras obras colocadas, nas faixas etárias de sete a dez anos e de 11 a 14 anos, foram premiadas. Para os primeiros colocados os prêmios foram: um kit de pintura, com tela, pincéis e tintas e uma bicicleta; os que ficaram em segundo ganharam uma bicicleta. Um MP3 foi entregue aos que obtiverem a terceira colocação. Todos os trabalhos foram feitos a óleo e em acrílico. A coordenadora geral do Peti é Viviani Mesezes.
Na categoria de sete a dez anos, a primeira colocada foi Flávia da Silva Gomes, que pintou A Floresta. Em segundo, ficou Wesley Alexsander que fez a releitura de São Paulo. E o terceiro lugar coube a Werlen Coutinho, cujo trabalho foi Abaporu.
Já na faixa de 11 a 14 anos de idade, a pintora de O Pescador, Daiana Macedo, ficou em primeiro, enquanto que Jéferson Ribeiro (Abaporu), foi escolhido na segunda colocação. O tercero lugar foi de Igor da Silva Rosa (Paisagem com Touro).