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Oitenta profissionais são capacitados para prevenção ao uso de drogas

17/12/2013 17:21:00 - Jornalista: Andréa Lisboa

Foto: Guga Malheiros

Na palestra fora apresentados os três diferentes estágios de dependência: primária, secundária e terciária

A Coordenadoria Extraordinária de Políticas sobre Drogas (Cepod) encerrou, nesta terça-feira (17), no auditório do Paço Municipal, o módulo 2013 do programa Escola Viva oferecido a educadores e a assistentes sociais da prefeitura. O tema da capacitação foi “Prevenção ao Uso Indevido de Drogas - Multiplicando Conhecimentos”. A palestra do último encontro foi ministrada pela coordenadora Extraordinária de Igualdade Racial, Zoraia Braz Sobrinho. Essa foi a segunda palestra sobre o tema “Uma proposta de trabalho preventivo: Da teoria à prática”. Cerca de 80 profissionais de 41 unidades escolares, do Centro de Referência em Assistência Social (Cras); Casa de Passagem, Centro Pop; Casa de Acolhimento, Pousada da Cidadania; e do Centro Municipal de Apoio à Criança e ao Adolescente (Cemaia) receberam essa formação. Eles serão multiplicadores das informações recebidas em seus locais de atuação.

Neste ano, foram convidados para o curso especialmente orientadores educacionais, professores orientadores, diretores e outros técnicos e gestores das escolas e da Secretaria de Educação. O módulo, que teve início em agosto, foi encerrado com a proposta de um trabalho de fim de curso para ser colocado em prática. Em 2014, o módulo terá como público alvo professores, alunos, familiares dos estudantes e a comunidade escolar em geral.

- Os capacitados devem voltar para sua própria realidade e analisar a questão do uso de álcool e outras drogas em seu ambiente de trabalho. A partir daí, elaborar uma proposta preventiva a ser desenvolvida ao longo do ano, disse a gerente do Núcleo de Inserção na Educação do Cepod, Adriana Feliciano, que também abordou em palestra, no último dia 5, o tema “Uma proposta de trabalho preventivo: Da teoria à prática”.

Os cursista que obtiveram o número mínimo de presenças vão receber todo o material apresentado durante as palestras, textos e dinâmicas que vão servir de instrumentos à prática escolar. Esse tema transversal já é trabalhado no currículo escolar. Para isso, um trabalho integrado é realizado com a participação de diversas coordenações da Secretaria de Educação como, por exemplo, a do Programa Saúde na Escola (PSE), as de Ensino, Orientação Educacional, Orientação Pedagógica, Correção de Fluxo e Serviço Social.

- Valeu a pena participar. Já realizávamos esse trabalho na escola, mas busquei o aprimoramento das ações para um trabalho de mais qualidade, disse a orientadora educacional da Escola Municipal Professora Maria Letícia Santos Carvalho, no bairro Novo Cavaleiros, Alessandra Silveira Mayo. Entre os aprendizados durante o curso, ela destacou as técnicas de abordagem. Para ela, saber como selecionar os grupos e os tipos de abordagem para cada um deles foi fundamental. Ela destacou ainda a importância de se ampliar os horizontes dos alunos, norteando novos caminhos e mostrando que é possível mudar o foco de vida.

Nesta última palestra, Zoraia Braz apresentou os três diferentes estágios de dependência: primária, secundária e terciária. Entretanto, a palestra esteve voltada à prevenção primária e à prevenção universal, que são as trabalhadas nas unidades de ensino. A prevenção universal é que tem como objetivo deter ou retardar o abuso de drogas, tanto lícitas como ilícitas, porque todas as pessoas partilham o mesmo risco geral. Para isso, um dos principais instrumentos utilizados são a informação e o desenvolvimento de competências. Essas competências são relativas à resistência ao oferecimento e a experiências com drogas. A recusa de menores de 18 anos a drogas lícitas deve ser estimulada pela escola, como determina a le gislação pertinente.

Alguns grupos específicos da população devem ser atendidos pela prevenção seletiva, como crianças e jovens filhos de pais problemáticos; crianças e jovens usuários já com problemas de delinquência; aqueles que cumprem medidas socioeducativas ou com insucesso ou abandono escolar. Especialmente esses devem receber atividades substitutivas a experiências com drogas - como as culturais, esportivas e recreativas – e educação afetiva, que apresente perspectivas, eleve sua autoestima, promova à inclusão e valorize sua identidade. Segundo Zoraia, os ambientes social e familiar exercem muita influência especialmente sobre as crianças da Educação Infantil. Ela afirma que quanto a essas crianças a tolerância às drogas deve ser zero.

- Precisamos fortalecer as crianças e os adolescentes para que não sintam necessidade de experimentar drogas. Quando sua autoestima está mais desenvolvida, é mais difícil ser seduzido pelas drogas, disse.

Desde agosto, os cursistas participaram de diversas palestras: “Conceituação sobre Drogas”, com o coordenador do Programa de Estudos em Direitos Humanos CAP/Funemac, Paulo Henrique Dantas, e com a coordenadora da Saúde Mental na Atenção Básica-Semusa, Naly Soares de Almeida; “Conhecendo o Adolescente”, com a assistente social, Renata Pontes Martins, e a técnica de enfermagem, Ana Paula Reis, do Centro de Referência do Adolescente(CRA); “Drogas mais usadas no Brasil e seus mecanismos de ação no Sistema Nervoso Central(SNC)”, com as Psicólogas da Cepod, Ruth Escudero e Camila Butinholli Rangel, e o psiquiatra, Dimitri Marques Abramov ; “Situação de risco à saúde e à educação de crianças e adolescentes”, com a psicóloga da Prefeitur a de Caxias/RJ, Adinéa Trubat e “Adolescência: Época de estabelecer metas e tomar decisões”, com a subsecretária Léia Figueiredo, a psicóloga Mariane Souza e advogada Paula Ribeiro, da Subsecretaria da Infância e Juventude.