Orquestra Popular homenageia Benedito Lacerda

15/03/2016 16:45:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Mônica Martha

Foram executadas canções do repertório de Pixinguinha: samba, maxixe, choro e polca

Nesta semana, a Fundação Macaé de Cultura (FMC) está homenageando o flautista macaense Benedito Lacerda. No Solar dos Mellos houve a apresentação da Orquestra Popular de Macaé, no início da noite desta segunda-feira (14). O músico completaria 113 anos de seu nascimento neste mesmo dia. Durante o evento, a orquestra executou arranjos de Pixinguinha, parceiro de Benedito numa união que produziu muitos frutos para a Música Popular Brasileira.

Segundo Gisele Muniz, respondendo pela Vice-Presidência de Acervo e Patrimônio Histórico, a ideia de comemorar o aniversário de Benedito Lacerda no pátio do Solar dos Mellos oportuniza aos cidadãos conhecer o valor desse personagem ilustre da cultura da cidade. As homenagens não acabam por aí: no próximo sábado (19) haverá a exibição do curta “Mas será o Benedito”, dirigido por Paula Moura, às 9h, no Solar dos Mellos (Rua Conde de Araruama, 258, Centro).



Orquestra Popular de Macaé

Composta por 12 músicos (alunos, professores e ex-alunos da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes), a Orquestra Popular de Macaé existe desde 2008. Seu objetivo é divulgar a MPB através de repertório diferenciado, que não toca em rádios nem aparece na televisão, mas é considerado patrimônio cultural brasileiro.

De acordo com o coordenador e regente da orquestra, Bruno Py, a OPM tem se apresentado em inaugurações, conferências e escolas municipais. “Já realizamos espetáculos e projetos em parceria com o Sesi e em instituições públicas e privadas”, conta. Acrescenta que: “No ano passado, começamos a ensaiar arranjos de Pixinguinha, recém-editados de seu acervo pessoal pelo Instituto Pixinguinha, do Rio de Janeiro”.

A Orquestra tem estrutura musical com base rítmica, além de instrumentos de sopro e de cordas. Faz um ensaio por semana, todas as quartas-feiras, às 15h, aberto para o público, na Praça das Artes da Fundação Macaé de Cultura (Avenida Rui Barbosa 780, Centro). Bruno diz que o retorno da população é gratificante, pois o repertório antigo permanece atual e cativante.

Na apresentação no Solar dos Mellos, em ocasião dos 113 anos de nascimento do flautista Benedito Lacerda, foram executadas canções do repertório de Pixinguinha: samba, maxixe, choro e polca. Inclusive, a OPM tocou o primeiro samba gravado no Brasil, em 1917, intitulado: “Pelo Telefone”, de Donga.



Benedito Lacerda

Benedito Lacerda nasceu no dia 14 de março do ano de 1903. Iniciou seus estudos de música na Sociedade Musical Nova Aurora, então com oito anos de idade.

Como compositor foi autor de músicas inesquecíveis como “Despedida de mangueira”, “A Lapa”, “A Jardineira”, “Falta um zero em meu ordenado”, “Professora”, “Normalista”, “Estás no meu caderno”, entre outras que fizeram muito sucesso.

Participou com seu conjunto, em filmes como: “Alô, alô carnaval” (1936), “Laranja da China” (1940) e “Abacaxi Azul” (1944).

Teve parceiros, na Época de Ouro, como Aldo Cabral, Jorge Faraj, Haroldo Lobo, Erastótenes Frazão, Ari Barroso, Herivelto Martins, David Nasser, Mário Lago. Chegou a promover um espetáculo no antigo cinema Santa Isabel, em Macaé, com Pixinguinha e Almirante.

Quando em 1947 retorna a Macaé, onde vinha sempre, deixa gravado no Livro de Visitas da Sociedade Musical o seguinte depoimento: “À minha velha Nova Aurora, a inspiradora da minha vida, a causa direta da minha arte, aqui fica meu coração com muita gratidão”.


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