Palestra alerta sobre gravidez na adolescência e o uso de contraceptivos

20/10/2011 14:32:15 - Jornalista: Lourdes Acosta

Foto: Kaná Manhães

Estudantes participam da ação, que faz parte do ciclo de palestras educativas sobre prevenção e saúde da mulher

Mais de 30 estudantes do Colégio Ancyra Pimentel tiveram nesta quarta-feira (19), uma verdadeira aula sobre gravidez precoce e métodos contraceptivos. A ação faz parte do ciclo de palestras educativas sobre prevenção e saúde da mulher, da subsecretaria de Políticas para as Mulheres, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Social. O trabalho tem a parceria da Universidade Estácio de Sá e o apoio da Secretaria de Educação.

A política de saúde preventiva vem sendo aplicada desde o começo de setembro, envolvendo a comunidade escolar formada pelos estudantes, professores, diretores e pais, com temas pertinentes. Doenças sexualmente transmissíveis (DST), papiloma vírus humano (HPV), gravidez precoce, diabetes, anemias falciformes, hipertensão e outros têm sido discutidos junto ao público específico.

De acordo com a coordenadora da equipe, a psicóloga Monalisa Braga Poiares, da Subsecretaria das Mulheres, o tema da palestra foi escolhido com o objetivo de estimular o bem estar, o autoconhecimento e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis nos estudantes e por solicitação da escola, devido a grande demanda de adolescentes gestando.

- Desta vez, os adolescentes de 14 a 18 anos do Ancyra Pimentel conheceram os possíveis danos físicos e consequências de uma gravidez antes do tempo e os métodos contraceptivos. Nossa meta é informar sobre os efeitos da gravidez precoce, como o auto índice de mortalidade infantil e a evasão escolar e ainda, os danos psicológicos, como o sentimento de exclusão ou ainda, desmistificar a fantasia que é repassada pelas novelas, filmes e outros programas da mídia eletrônica que mascaram o conto de fadas com um final feliz – revelou.

A professora Tatiana Lattanzi, que ministra a disciplina “Saúde da Mulher”, no curso de Enfermagem da Universidade Estácio de Sá e sua equipe de graduandas explanaram aos presentes como e em que situação utilizar os métodos contraceptivos. A equipe alertou também sobre as mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais de uma gravidez precoce.

Ao demonstrar o uso das camisinhas feminina e masculina a professora e sua equipe alertaram aos jovens para sua correta utilização. Lattanzi também revelou o último dado estatístico sobre a transmissão de doenças sexuais. “Antigamente a contaminação das doenças sexualmente transmissíveis acontecia mais nas prostitutas e nos homossexuais, depois nas mulheres casadas e hoje o maior índice está nos idosos”, asseverou.

Métodos - Os métodos contraceptivos são processos que permitem reduzir as hipóteses de ocorrer uma gravidez não desejada e prevenir a transmissão das doenças sexualmente transmissíveis (DST). Durante a aula preventiva as graduandas de enfermagem mostraram alguns métodos de barreira (aqueles que impedem os espermatozoides chegar ao útero), tais como: camisinhas masculina e feminina, DIU (dispositivo intrauterino), contraceptivos orais como a pílula anticoncepcional e a pílula do dia seguinte, além dos injetáveis. A equipe também recomendou que ao optar pelo método injetável o usuário o deva fazer num posto de saúde pública.

Pílula do dia seguinte – A anticoncepção de emergência administrada até 72 horas após a relação desprotegida ou acidental visando prevenir a gravidez ou pílula do dia seguinte só deve ser usada em caso de emergência e não como método anticoncepcional de rotina.

Segundo Tatiana Lattanzi, a pílula do dia seguinte deve sempre ser receitada por médico ginecologista e não pode ser usada de maneira habitual. “A última informação científica alerta que a pílula do dia seguinte quando usada repetidas vezes, sua eficiência diminui e a carga hormonal exagerada pode causar problemas de saúde. Por ser perigosíssima para a saúde só devem ser administrados dois comprimidos durante um prazo de sete anos. É por isso que os médicos são enfáticos em afirmar que ela não deve ser usada como contraceptivo regular, pois além de fazer mal ela não protege contra doenças sexualmente transmissíveis”, disse.

Para a professora de língua portuguesa, Glória Maria, que participou da palestra a iniciativa da prefeitura é válida. “Este é um momento de esclarecimento que os jovens têm porque a família muitas vezes não esclarece por falta de conhecimento ou ausência. Então, o adolescente acaba aprendendo na rua, de forma errada e preconceituosa”, afirmou, completando que nas duas turmas que ensina já houve casos de gravidez precoce. Já a aluna A.M.S.C. (15 anos), da oitava série disse que tirou muitas dúvidas com as informações. “Foi bom saber o que a pílula do dia seguinte causa e conhecer com mais profundidade os métodos contraceptivos”.