Com diversos shows na grade de programação, inclusive com os grupos Paralamas do Sucesso e Tribo de Jah, Macaé vai sediar entre os dias cinco e oito de março a I Jornada Nacional da Solidariedade, no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho (Macaé Centro). A I Jornada da Solidariedade tem apoio da prefeitura, da Petrobras e do Governo Federal, por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos. A estimativa é que passem pelo Macaé Centro cerca de 30 a 40 mil pessoas.
O evento, organizado pela Associação Macaense de Apoio aos Cegos (Amac) tem como principal objetivo promover a valorização das pessoas portadoras de deficiência seja motora, visual, auditiva ou sensorial. De acordo com os organizadores, um dos pontos altos da organização, pioneira no interior do estado do Rio de Janeiro, será a grade de shows , sempre às 21h, com grupos musicais compostos por deficientes, culminando no sábado, dia oito, com a apresentação dos Paralamas do Sucesso, cujo vocalista, Hebert Viana, é cadeirante. Os deficientes visuais que formam o grupo musical Tribo de Jah são a atração da sexta-feira, dia sete.
A programação de shows começa na quarta-feira (5), com o grupo Forró no Escuro, com músicos cegos. Na quinta-feira (6) será a vez de Gabrielzinho do Irajá (samba), deficiente visual que participou da novela “O Clone”.
Evento de nível nacional, com participantes de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e cidades do interior do estado do Rio, a primeira Jornada apresentará para o público infantil, personagens da Turma da Mônica, do Instituto Maurício de Souza. Além de Mônica e Cebolinha, também vêm da capital paulista Lukinha (cadeirante) e Dorinha (deficiente visual).
O nome da personagem Dorinha é uma homenagem à professora Dorina Nowil, presidente de honra da Fundação Dorina Nowil para os cegos da cidade de São Paulo. Esta instituição dissemina pelo Brasil livros em Braile, CDs, revistas e outros materiais de suporte, beneficiando diversas entidades que lutam pela inclusão de deficientes visuais. A própria Dorina, de 89 anos, ministrará palestra sobre seu testemunho de vida: ela é deficiente visual. Inclusive a Amac recebe material de apoio desta instituição.
Segundo a coordenadora de projetos da Associação Macaense de Apoio aos Cegos, Rita Barreto, o objetivo do evento é que administradores, gestores, pedagogos, professores, deficientes, crianças, enfim, a população em geral, sejam conscientizados do imenso potencial que aqueles que têm alguma deficiência podem proporcionar à sociedade.
A primeira Jornada também visa combater o estigma que culturalmente as sociedades impuseram aos deficientes, através da exclusão social. Tanto que seu slogan é “Tornar fácil o que não é difícil: a diferença é normal”. Segundo o presidente da Amac, Marcos Passos, o tema educativo da inclusão vai colaborar para que famílias e cidadãos tomem consciência que cada pessoa tem sua dificuldade, porém com potencialidades a serem descobertas, valorizadas e treinadas.
Marcos Passos disse que o poder público, tanto a nível federal, estadual ou municipal, deve tomar medidas para pôr em prática a verdadeira qualidade de vida, combatendo toda forma de estigma e exclusão social dos deficientes. “O apoio da prefeitura e do Governo Federal à Jornada já mostra um comprometimento neste sentido”, disse o presidente da Amac.
Com entrada franca, o evento tem na programação palestras de 22 especialistas, com temas como inclusão do deficiente na sociedade, acessibilidade e comunicação. Também haverá shows e apresentações artísticas, com os grupos Portadores de Alegria (Macaé), o de Teatro Novo, com participantes com síndrome de Down (Niterói), o de Teatro da Gente, com deficientes visuais (Rio), além do balé de Fernanda Bianchini, composto por bailarinas cegas e da bailarina especial Aline Thomaz. A DI companhia de dança (Macaé) também se apresentará no acontecimento.
A Jornada da Solidariedade terá ainda atividades esportivas, como partida de basquete entre os cadeirantes de Macaé e da Andef (Niterói); danças e jogos de capoeira por deficientes sensoriais e visuais e futebol, e partida de Gol Bol, com deficientes visuais de Campos.