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Parcerias para inserção dos usuários do Programa de Saúde Mental

18/05/2007 19:03:46 - Jornalista: Genimarta Oliveira

A inclusão social e autonomia através da geração de renda foi uma das questões abordadas durante as comemorações do Dia de Luta Antimanicomial. A secretaria de Saúde, através do programa de Saúde Mental e a Associação de Parentes, Amigos e Usuários da Saúde Mental de Macaé (ASPAS), em parceria com a secretaria de Trabalho e Renda e a Fundação Agropecuária de Abastecimento e Pesca (Agrape), iniciará um trabalho de produção orgânica de plantas medicinais. O debate sobre o assunto aconteceu, na manhã desta sexta-feira (18), no auditório do Sindipetro.

O secretário de Saúde, Luiz da Penha, lembrou que nos últimos anos o Programa de Saúde Mental tem reforçado a importância do convívio social entre pacientes e a população externa, por meio de projetos de inserção social, econômica, política e cultural.

- Queremos mostrar que a convivência social com esses usuários é possível e abominar os atos de isolamento que ainda existem no trato com as pessoas com transtorno mental - comentou.

A psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Regina Célia Nunes, garante que o projeto de geração de renda, que consiste na produção orgânica de plantas medicinais, funcionará como mais um dispositivo de atendimento ao paciente psiquiátrico e seus familiares, visando a criação de espaço profissional.

- Esse projeto é baseado na economia solidária que rompe com a lógica capitalista – frisou.

A gerente da Incubadora de Cooperativas da secretaria de Trabalho e Renda, Aline Azeredo, acrescentou que a equipe da Aspas participou durante sete meses do curso de cooperativismo e empreendedorismo solidário, recebendo informações sobre trabalho coletivo, mercado de trabalho, questões econômicas. Já o secretário de Trabalho e Renda, Cláudio Bogado, ressaltou a importância de projetos como este, pois a geração de renda proporciona elevação de auto-estima e satisfação.

O próximo passo da equipe da Aspas será a iniciação do curso teórico prático de produção orgânica de plantas medicinais oferecido pela Agrape. De acordo com a presidente da Fundação, Mariana Machado, durante seis meses monitores e pacientes dos projetos do Programa de Saúde Mental terão aulas no Horto Municipal com o agrônomo Rogério Freire. Ele vai capacitá-los para cuidarem da produção de uma horta, acompanhando todo ciclo de desenvolvimento das plantas.

- Estamos satisfeitos em participar de um projeto como este que visa, exclusivamente, a inclusão social de portadores de transtornos mentais - disse.

Na parte da tarde, pacientes e profissionais expuseram seus trabalhos confeccionados nas oficinas de arte do Caps, cantaram e apresentaram obras da literatura de Cordel. O momento também foi de conscientização da população, através de atividades que promovam a integração, interação social e descontração.

Apoio - A Semusa criou substitutos por intermédio da Rede de Atenção Psicossocial formada por ambulatórios, CAPS, Núcleo de Saúde Mental, Saúde Mental nas comunidades, projetos e programas que visam desenvolver novos serviços e melhorar o atendimento a pessoas com transtornos mentais.

Segundo o gerente do Programa de Saúde Mental da Coordenação de Saúde Coletiva, o psiquiatra Júlio César Silveira, a Reforma Psiquiátrica Brasileira, os transtornos mentais, diferentemente das outras doenças que atingem o corpo, não conseguem ser devidamente tratados no isolamento. Ele ressalta que com estes novos dispositivos no tratamento o número de internações diminuiu consideravelmente.

- Antes da implantação dos projetos voltados para a saúde mental tínhamos uma média de 20 internações por mês, hoje mantemos uma média de cinco - conclui.