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Parque Atalaia recebe pesquisadores do papagaio-chauá

25/01/2024 13:01:00 - Jornalista: Andréa Lisboa

Foto: Divulgação

A espécie corre risco de extinção e é uma das mais visadas pelos traficantes de animais.

O papagaio-chauá (rhodocorytha) recebeu este nome onomatopeico por emitir um som característico ao levantar voo, chauá-chauá. Apesar de ainda poder ser avistado em quase todos os fragmentos de mata de baixada, ele corre risco de extinção. O Parque Natural Municipal Atalaia, Unidade de Conservação localizada no distrito Cachoeiros de Macaé, recebe, até a próxima semana, uma equipe de pesquisadores que realiza a primeira estimativa populacional desta espécie na região.

De acordo com o biólogo Renato Pineschi, consultor externo da empresa Juma/Pesquisa e Consultoria Ambiental, por habitar em áreas povoadas e por ser um animal visado pelo tráfico, este papagaio tem o risco de extinção agravado. Fora isso, a espécie conserva os seus hábitos, frequentando os mesmos lugares, tornando-se ainda mais vulnerável. Geralmente a rhodocorytha é pega no ninho. A maioria dos filhotes morre após a captura. Outro fator que aumenta o risco para estas aves são as cada vez mais raras condições ideais para a postura, devido à degradação do ambiente natural.


“Nosso objetivo é ter uma referência de como está esta espécie: onde ocorre, se está dentro ou fora de Unidade de Conservação, seus aspectos biológicos e a realização de uma estimativa populacional para avaliarmos o quanto a espécie está ameaçada. Com isso, poderemos indicar medidas a serem tomadas, por exemplo, quanto ao tráfico, gerenciamento das Unidades de Conservação e uso público da área. Esta é uma espécie, com certeza, em risco de extinção”, afirma.



O trabalho da equipe dos três biólogos ornitólogos da Juma, Renato, Ludmilla Alves e Letícia Souza, começou nesta quarta-feira (24) .


“O Parque Atalaia está entre os locais da pesquisa por ter a formação florestal em que a espécie ocorre e por haver registro de rhodocorytha no local. Em uma Unidade de Conservação é melhor, porque não há impedimentos para a espécie, como linhas de transmissão elétrica. Ainda não temos estimativas mais precisas da incidência desta espécie nesta região”, acrescenta Renato.



O Parque Atalaia é vinculado à Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade de Macaé. O biólogo e coordenador do espaço, Alexandre Bezerra, ressalta a importância de Unidades de Conservação para esta e outras espécies ameaçadas.


“Unidades de Conservação são locais essenciais para a preservação da biodiversidade e principalmente para as espécies ameaçadas de extinção, como o papagaio-chauá, felinos silvestres, preguiça de coleira, macaco bugio entre outras espécies nativas”.



Este censo populacional para conservação de psitacídeos integra o Plano de Ação Nacional, editado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do governo Federal. Concluídos os trabalhos no Atalaia, os pesquisadores seguirão para outras duas Unidades de Conservação: o entorno do Parque Estadual do Desengano (Santa Maria Madalena, Campos dos Goytacazes e São Fidélis) e a Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba (São Francisco de Itabapoana).


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