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A espécie corre risco de extinção e é uma das mais visadas pelos traficantes de animais.
O papagaio-chauá (rhodocorytha) recebeu este nome onomatopeico por emitir um som característico ao levantar voo, chauá-chauá. Apesar de ainda poder ser avistado em quase todos os fragmentos de mata de baixada, ele corre risco de extinção. O Parque Natural Municipal Atalaia, Unidade de Conservação localizada no distrito Cachoeiros de Macaé, recebe, até a próxima semana, uma equipe de pesquisadores que realiza a primeira estimativa populacional desta espécie na região.
De acordo com o biólogo Renato Pineschi, consultor externo da empresa Juma/Pesquisa e Consultoria Ambiental, por habitar em áreas povoadas e por ser um animal visado pelo tráfico, este papagaio tem o risco de extinção agravado. Fora isso, a espécie conserva os seus hábitos, frequentando os mesmos lugares, tornando-se ainda mais vulnerável. Geralmente a rhodocorytha é pega no ninho. A maioria dos filhotes morre após a captura. Outro fator que aumenta o risco para estas aves são as cada vez mais raras condições ideais para a postura, devido à degradação do ambiente natural.
“Nosso objetivo é ter uma referência de como está esta espécie: onde ocorre, se está dentro ou fora de Unidade de Conservação, seus aspectos biológicos e a realização de uma estimativa populacional para avaliarmos o quanto a espécie está ameaçada. Com isso, poderemos indicar medidas a serem tomadas, por exemplo, quanto ao tráfico, gerenciamento das Unidades de Conservação e uso público da área. Esta é uma espécie, com certeza, em risco de extinção”, afirma.
“O Parque Atalaia está entre os locais da pesquisa por ter a formação florestal em que a espécie ocorre e por haver registro de rhodocorytha no local. Em uma Unidade de Conservação é melhor, porque não há impedimentos para a espécie, como linhas de transmissão elétrica. Ainda não temos estimativas mais precisas da incidência desta espécie nesta região”, acrescenta Renato.
“Unidades de Conservação são locais essenciais para a preservação da biodiversidade e principalmente para as espécies ameaçadas de extinção, como o papagaio-chauá, felinos silvestres, preguiça de coleira, macaco bugio entre outras espécies nativas”.