A nova área de preservação ambiental de Macaé promete dar novo fôlego à Mata Atlântica da região norte fluminense. Além da proteção ambiental, o projeto do Parque Municipal Atalaia, da Secretaria de Meio Ambiente de Macaé, que será inaugurado neste sábado (22), às 10h, abrange uma proposta maior: a criação de corredores ecológicos, ligando o parque às reservas União e Poço das Antas, habitats do mico-leão dourado, proporcionando o deslocamento de diversas espécies de flora e fauna.
A idéia é desenvolver os corredores ecológicos a partir do “banco de sementes” que a região e o Parque Atalaia possuem para a produção de mudas no município, através do Projeto Reflorestar. “O projeto inclui a criação de 10 viveiros de mudas espalhados pelo município, para reflorestamento de áreas degradadas e recuperação das matas ciliares da bacia hidrográfica do rio Macaé. O primeiro viveiro já está em funcionamento no Sana”, explica o secretário de Meio Ambiente, Fernando Marcelo Tavares. Os corredores vão interligar o Parque Atalaia às reservas, formando um percurso de cerca de 30 quilômetros de árvores nativas e de fauna variada.
“Esse projeto vai possibilitar a troca de material genético entre as espécies de animais e também o deslocamento das famílias de mico-leão dourado, que hoje estão confinadas em pequenos espaços de mata. Temos que comemorar mais esta parceria”, explica o chefe da Reserva Biológica União, Whitson José da Costa Júnior, aplaudindo a iniciativa de Macaé.
O Parque Atalaia está localizado a 27 quilômetros do centro de Macaé, possui 235 hectares, e é uma das poucas reservas de Mata Atlântica ainda intactas no Estado do Rio de Janeiro. O parque abriga remanescentes florestais de baixada do município. Jequitibá, vinhático, figueira, braúna, pau-d’alho, são algumas das espécies da flora encontradas no local. A fauna do Atalaia também é rica e mescla espécies comuns em sistemas abertos, como cachorros do mato, furões, lontras, macacos bugios, papagaios, tatus, gambás, entre outras.
- O Parque Atalaia funcionará também como base da prefeitura para dar suporte ambiental, educacional e de fiscalização aos distritos serranos de Macaé. O parque será aberto à visitação de alunos da rede de ensino e ao público em geral que queira desfrutar das belezas nativas da região. Além disso, a secretaria de Meio Ambiente, em parceria com universidades e instituições científicas, desenvolverá pesquisas sobre a flora e fauna do parque, esclarece o secretário de Meio Ambiente.
O Parque Atalaia, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Sana e a Mata da Bendizia (que também vai ser uma APA), no distrito de Cachoeiros de Macaé, integram as Unidades de Conservação do município, aprovadas pelo Ministério do Meio Ambiente. A Unidade de Conservação do Frade, distrito serrano de Macaé, será outra área de preservação a ser criada pelo atual governo municipal.
A história do Parque Atalaia está diretamente ligada ao saneamento básico de Macaé. Em 1895, após sucessivas epidemias de febre amarela, o município adquiriu 25 alqueires de terras da Fazenda Atalaia com o objetivo de ampliar as fontes de água e garantir a qualidade do abastecimento da cidade. O manancial hídrico do Atalaia, atualmente, tem pouca expressão no abastecimento do município, mas a preservação ambiental da área ao longo dos anos, justificou sua transformação em uma unidade de conservação municipal em 1995.