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Pesquisa nacional mostra o porquê de se morar nas ruas

14/10/2013 16:09:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Juranir Badaró

Embora a prefeitura disponibilize a Pousada da Cidadania, alguns moradores em situação de rua descartam mudar de vida

O que leva uma pessoa a morar nas ruas? Em Macaé, a prefeitura mantém a Pousada da Cidadania, um abrigo institucional, e o Centro Pop, que apoia os moradores em situação de rua. No entanto, alguns deles preferem as ruas. Segundo pesquisa nacional sobre a população em situação de rua feita no ano de 2008, existem três motivos para isso: a dependência química, o desemprego e os conflitos familiares.

A pesquisa apontou que 71,3% das pessoas em situação de rua sofrem pela correlação desses três itens. De acordo com ela, 35,5% são moradores em situação de rua devido ao alcoolismo e a outras drogas e 29,8%, por causa do desemprego. Os conflitos familiares são responsáveis por 29,1% por este problema.

Para a coordenadora da Proteção Social Especial da secretaria de Desenvolvimento Social, a assistente social Viviane Rocha, os fato de as pessoas estarem nas ruas não significa que elas não têm onde morar. “Na maioria dos casos morar nas ruas é uma opção, uma escolha própria, mesmo que inconsciente. A questão é mais de saúde pública e tratamento mental do que oferecer uma casa, um abrigo”, explica.

Ela é enfática: “O mais importante para os moradores em situação de rua não é oferecer casa, mas tratamento. Assim, essas pessoas buscarão novos projetos de vida”.

No abrigo institucional, o morador em situação de rua tem liberdade de ir e vir. Porém, está sujeito a regras e normas, como horários certos para almoço, descanso, recolhimento e fechamento do portão.

Alguns usuários não se adaptam a isso e preferem sair da Pousada da Cidadania e morar nas ruas. Em Macaé, existem serviços como o Consultório na Rua e o Núcleo de Saúde Mental, que têm parceria com a secretaria de Desenvolvimento Social, no que se refere a esta temática.

- Essa opção de morar nas ruas não é consciente, pois essas pessoas não têm condição de discernir devido ao sofrimento mental que se encontram – completa Viviane.