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Análise avaliou os efeitos do consumo de suplementos de cafeína
Um estudo desenvolvido no Laboratório de Pesquisa e Inovação em Ciências do Esporte (Lapice), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, campus Macaé, foi publicado na revista científica internacional “Nutrients”. A pesquisa avaliou os impactos dos efeitos do consumo de suplementos de cafeína em atletas de alto rendimento com objetivo de identificar se o consumo de suplementos de cafeína em quantidades acima do uso habitual poderia gerar tolerância ao efeito ergogênico produzido pela ingestão antes da realização do exercício.
A pesquisa é fruto da tese de Doutorado de Anderson Pontes Morales, profissional da Secretaria de Esportes de Macaé, orientado pela professora Beatriz Gonçalves Ribeiro, Phd e coordenadora do Lapice. A pesquisa, fruto de trabalho de pós-graduação, teve início em 2017. O prosseguimento se deu graças à parceria entre UFRJ e Prefeitura Municipal de Macaé, por meio da Secretaria de Esportes, com apoio da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que é de âmbito federal, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
Foi conduzida por profissionais da Secretaria Municipal de Esportes e alunos de iniciação científica do curso de Nutrição, da UFRJ-Macaé, orientados pela doutora em Nutrição, Beatriz Ribeiro. A investigação científica consistiu no fato de que 14 ciclistas de Macaé, de alto rendimento, terem sido avaliados para detectar se o consumo de suplementos de cafeína em quantidades acima do uso habitual poderia gerar tolerância no momento de ingestão por parte do atleta antes do exercício.
Ingestão de cafeína
Segundo o técnico em Esportes e professor de Educação Física, da Secretaria de Esportes, Anderson Morales, outra averiguação avaliada pela pesquisa trata da hipótese de existirem vários questionamentos sobre a relação de quem utiliza a cafeína apenas no dia do exercício físico.
“Observamos que ingerir a cafeína quatro dias antes e utilizá-la apenas no quinto dia, em uma hora antes da competição, não promove tolerância aos efeitos agudos nos parâmetros fisiológicos, metabólicos e de performance”, pontua o professor. “Os efeitos observados na melhora da performance são devidos à ingestão sessenta minutos antes da competição. Isso independe do uso ou não nos quatro dias anteriores”, comenta ele.
O Lapice já publicou vários artigos em revistas científicas internacionais. Desta vez, é mostrado que a cafeína ingerida por quatro dias por semana acima do consumo habitual não gera tolerância ao efeito agudo. “O laboratório também faz diversos estudos com temas que abordam as áreas de esporte e de obesidade com escolares. Já a revista internacional “Nutrients” é uma das melhores do mundo”, finaliza Anderson.
Trabalho de Pós-Graduação: uma excelência em Macaé
De acordo com a doutora em Nutrição, Beatriz Ribeiro, o objetivo do trabalho científico foi identificar se o consumo de suplementos de cafeína em quantidades acima do uso habitual poderia gerar tolerância ao efeito ergogênico produzido pela ingestão antes da realização do exercício.
"O estudo aborda um tema importante entre os atletas: o uso indiscriminado de suplementos alimentares. Estes são um auxílio importante para atletas competitivos, mas devem ter sua eficácia comprovada por meio de pesquisas como essa que acabamos de desenvolver. O mau uso pode prejudicar a saúde dos atletas, bem como reduzir a performance’, avalia Beatriz .
Ela complementa informando que publicar um artigo em uma revista de alto impacto como a "Nutrients" é reconhecimento da qualidade e importância da pesquisa entre a comunidade científica mundial. “Assim elevamos o nome dos pesquisadores do Laboratório e de todos os envolvidos ao mais alto nível da ciência”, afirma ela.
O Lapice
O Laboratório de Pesquisa e Inovação em Ciências do Esporte (Lapice) foi criado em 2013 e, desde então, vem desenvolvendo pesquisas na área de nutrição esportiva e obesidade infantil. “Nesta última temática, firmamos parceria com a Universidade de Cordoba, na Espanha, onde passei três meses como professora visitante no Maimonides Biomedical Research Institute of Cordoba. Certamente Macaé é beneficiada por nossos estudos, sendo conhecida no mundo inteiro como a Cidade do Conhecimento”, pontua a doutora.