Despertar o lado artístico, descobrir novos talentos e promover cidadania pela arte são alguns dos objetivos do evento Recriando Tarsila, que acontece nesta sexta (24), às 18h, no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindiservi), em frente à Praça da Fronteira. No evento - organizado pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), vinculado à secretaria Executiva de Infância e Juventude (Sinjuv) – serão julgados 48 trabalhos feitos em madeira pelas crianças atendidas pelo Peti, baseados nos quadros de Tarsila. O Peti atende a 90 crianças com idades entre sete e 14 anos.
Abaporu, Sol Poente e Composição são algumas das obras de arte da pintora em que as crianças se inspiraram desde maio para comporem os novos trabalhos artísticos. Segundo o orientador pedagógico do Peti e um dos organizadores do evento, Douglas Fontes, Tarsila pintou o povo brasileiro e, por intermédio da releitura realizada pelas crianças – cujas famílias vivem em condições de risco social – o mundo artístico cultural é apresentado a elas.
Sete jurados, entre artistas plásticos e pedagogos, vão discernir as três primeiras obras colocadas, nas faixas etárias de sete a dez anos e de 11 a 14 anos. Para os primeiros colocados os prêmios serão: um kit de pintura, com tela, pincéis e tintas e uma bicicleta; os que ficarem em segundo ganharão uma bicicleta. Um MP3 será entregue aos que obtiverem a terceira colocação. Todos os trabalhos são feitos a óleo e em acrílico. A coordenadora geral do Peti é Viviani Meseses.
Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral nasceu em 1886 em Capivari-SP, e faleceu na cidade de São Paulo em 1973. A arte entrou em sua vida acidentalmente, em 1916, quando começou a aprender modelagem com Zadig e Mantovani.
Transferindo seu interesse para a pintura, no ano seguinte começou a ter aulas com Pedro Alexandrino e, em 1920, já estava viajando para Paris, onde matriculou-se na Academia Julian, voltando a São Paulo em fins de 1922, em tempo de sentir um ambiente efervescente, após a Semana da Arte Moderna, que acabara de acontecer
A década de 40 encontrou uma Tarsila no auge de sua arte, com um mercado duramente conquistado, mas agora sólido e definido. Sucederam-se exposições individuais e participações e mostras coletivas. De tempos em tempos, surgiam retrospectivas de sua obra.
Em 1953, o Parque do Ibirapuera foi completamente remodelado para as comemorações dos 400 anos de São Paulo, a se realizarem no ano seguinte, e Tarsila participou com um mural. No mais, seu trabalho passou a ser apreciado e considerado em exposições de arte moderna no Brasil e no exterior.
Sobre sua arte e a liberdade de expressão, a melhor definição, vem dela mesma: “Pintura limpa, sobretudo, sem medo dos cânones convencionais. Liberdade e sinceridade, com estilização que me adapta à época moderna”.
Estando entre os pioneiros na introdução do modernismo no Brasil, Tarsila enfrentou oposição e, por vezes, achincalhe dos conservadores, mas recebeu também referências consagradoras.