RIO - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, reconheceu pela primeira vez que Macaé tem poucas chances de sediar os novos investimentos da empresa – o pólo petroquímico e a refinaria. A afirmação foi dada por Gabrielli durante encontro com o prefeito Riverton Mussi e cinco secretários municipais nesta sexta-feira, dia 21, na sede da empresa, no Rio de Janeiro. No mesmo encontro, o presidente da Petrobras sinalizou com a possibilidade de a empresa apoiar novos projetos da prefeitura e reconheceu a necessidade de o município ter um novo porto.
Durante a reunião, Gabrielli afirmou que as chances pequenas de Macaé sediar a refinaria se deve a questões de logística operacional da empresa. “Vamos agora dar apoio total ao Norte Fluminense. Se a nossa região for escolhida, indiretamente Macaé também será beneficiada”, comentou o prefeito Riverton Mussi. No Norte Fluminense, a localidade de Guriri, em Campos, está na disputa pelo empreendimento com Itajaí, no Sul Fluminense.
Apesar de Macaé ter praticamente saído da disputa pela refinaria, a prefeitura vai continuar investindo no projeto de construção de um novo porto, na região de Cabiúnas. O presidente da Petrobras afirmou que existe necessidade de construção de um novo porto em Macaé para atender à demanda cada vez maior da Bacia de Campos. “Já estamos iniciando o estudo de viabilidade técnica e econômica para a construção do novo porto e vamos em busca de parceiros para esta obra”, comentou o secretário de Obras, Tadeu Campos.
Parcerias – Durante o encontro, prefeito e secretários apresentaram ao presidente da Petrobras diversos projetos do município, como a urbanização da orla da Praia de Imbetiba, o projeto da Plataforma-Escola, a Escola do Trabalhador e o Pólo Industrial e o Complexo Universitário. Gabrielli se mostrou disposto a analisar a possibilidade de possíveis parcerias, através da Unidade de Negócios da Petrobras na Bacia de Campos.
“Apesar de ficarmos tristes com a notícia sobre a refinaria, a reunião foi proveitosa porque conseguimos abrir caminhos para estreitar ainda mais a relação do município com a Petrobras”, comentou o secretário de Comunicação Social, Romulo Campos. Durante a reunião, o secretário de Obras, Tadeu Campos, mostrou ao presidente da Petrobras os ônus que Macaé arca por sediar a empresa.
- A Petrobras trouxe desenvolvimento, mas ao mesmo tempo temos que arcar com despesas cada vez maiores por conta do crescimento da cidade. Temos gastos muito grandes com manutenção de ruas, Saúde e Educação. Tentei sensibilizar a empresa para que ela seja ainda mais parceira do município, comentou.
O presidente do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico (Fumdec), Jorge Siqueira, que também participou do encontro, disse que o fato de o presidente da Petrobras ter afirmado a necessidade de um novo porto é um forte sinal de que o município ainda tem muito a crescer no mercado offshore.
“Vamos buscar parceiros para o novo porto, um investimento alto, mas que tem que ser feito. A cidade e a região só terão a ganhar com este empreendimento”, disse o secretário de Governo, André Braga. O secretário de Fazenda, Cassius Ferraz, disse também que um novo porto ajudará a aumentar a arrecadação do município, por meio da cobrança do ISS pelo serviço de afretamento dos navios. “Um novo porto vai trazer crescimento econômico, e conseqüentemente, mais emprego e renda para a população”, afirmou.