Foto: Luiz Bispo
Evento resultou em aproximadamente 300 metros de pura arte no muro do Colégio Polivalente
Artistas do grafite do Equador, Chile, França, Áustria e de diversos estados brasileiros concluíram, no sábado (30), os painéis que preenchem um quarteirão de muro, aproximadamente 300 metros, da Escola Estadual Municipalizada Polivalente Anísio Teixeira, no bairro Costa do Sol, além de outros muros desse bairro e também do Alto dos Cajueiros. Eles consideraram este evento o mais organizado já produzido na América Latina desse estilo de arte e confirmaram presença na segunda edição que acontece em 2012.
Os organizadores esperavam cerca de 200 artistas, mas o número de presentes superou as expectativas. Além dos 170 grafiteiros convidados, cerca de 80 estavam no evento por conta própria. Alguns artistas vieram com o apoio do consulado de seus países. Todos presentearam Macaé com muita criatividade.
O ‘Kolirius Internacional’ fará parte do calendário anual de eventos comemorativos da emancipação político-administrativa do município. Os painéis poderão ser visitados por meio de um roteiro elaborado pela Fundação de Esporte e Turismo (Fesportur). As 1.518 latas de tinta spray reservadas para o evento foram todas consumidas nas obras coloridas e surpreendentes. Expressões humanas, feições caricaturadas, animais, natureza, hip hop, ‘O vale da morte’ e outros temas, através do olhar peculiar do grafite, agora fazem parte da paisagem da cidade.
Um dos pioneiros do grafite de São Paulo, Maurício dos Santos, nome artístico Maumeks, de 35 anos de idade, 20 de grafite, destacou a organização do evento. “Um dos melhores em matéria de infra-estrutura para receber os grafiteiros. Ano que vem estou aqui”, confirma. Também João Carlos Pacheco, o Vesam, que veio com seu grupo de sete artistas por conta própria de Florianópolis, afirma “Com certeza virei ano que vem. Essa troca de informação é essencial. Há diferenças no grafite de cada região do país. Essa mistura melhora a técnica e o nível de arte. Todos procuraram deixar um trabalho especial aqui”, ressaltou.
O organizador do evento, Marlon Gitiranna, o Muk, 16 de grafite, disse ter ficado feliz com o número de participantes além das expectativas, incluindo os melhores artistas da América Latina, e acrescentou que o ‘Kolirius Internacional’ irá se aperfeiçoar a cada ano. “Isso mostra que o trabalho com o grafite é sério, disciplinado, organizado e traz retorno para o município no campo turístico, artístico e social”, salienta.
Além dos aristas do spray, alguns da área de vídeo recolhiam depoimentos e imagens para projetos de documentários e site sobre a arte de rua. Os cariocas Rafael Meggetto, designer e ilustrador, e Rafael Hernandes, publicitário, durante o evento, produziam as primeiras imagens de seu projeto “Minha arte. Minha rua”.
Alguns dos artistas participantes, já atuam em galerias de arte ou produzem telas para leilões virtuais. Mas Maumeks adverte: “Grafite é liberdade com coerência, por estar na rua, em respeito aos que passam. É válido ir para a galeria, desde que não se corrompa. Não se pode produzir sob a influência do mercado”.
E “os que passam” reagiam ao que viam com um olhar demorado. Os vizinhos ao muro consideram que ganharam uma galeria na porta de casa. “Vai ser uma inspiração para moradores de todas as idades. Esse evento divulgará a cidade, avalia Euclides Tannos, que mora no bairro Costa do Sol.