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Políticas de cuidados em saúde são tratadas no 1º Seminário de Redução de Danos

03/04/2025 10:11:00 - Jornalista: Joice Trindade

Foto: Moisés Bruno

O evento aconteceu nesta quarta-feira (02), na Cidade Universitária

O 1º Seminário de Redução de Danos, promovido na última quarta-feira (02), foi marcado por reflexões políticas de cuidados em saúde. A programação, realizada no auditório Cláudio Ulpiano da Cidade Universitária, recebeu profissionais das áreas de Serviço Social, Habitação, Saúde, Psicologia, representantes de secretarias, além de universitários.

Durante o Seminário, foi destacada a importância da Escola de Redução de Danos e todo acolhimento e cuidado junto às pessoas em situação vulnerável que fazem uso crítico, prejudicial e/ou abusivo de álcool, tabaco e outras drogas. Este ano, a Escola estará em sua 12ª edição para a formação de profissionais, que deve iniciar no dia 16 deste mês, com aulas nas quartas-feiras, até o dia 11 de dezembro. A Escola de Redução de Danos faz parte da Coordenação Geral de Políticas sobre Drogas, vinculada à Gerência de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de Macaé.

Participaram da programação, o professor-pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (cientista social e mestre em Educação) Dênis Petuco; o Ouvidor da Prefeitura de Macaé, Alex Xavier (doutor em Sociologia, mestre em Saúde Coletiva e especialização em Gerontologia e Geriatria e Saúde Pública), além da psicóloga e ex-aluna da Escola de Redução de Danos, Lohane Zuniga. O seminário, um projeto de intervenção da nossa estagiária de Serviço Social, Gabriela Coutinho, contou com coordenação da assistente social da CGPOD, Maria Luiza Vaccari Quaresma.


“A redução de danos ainda é uma política desconhecida para alguns profissionais. No Brasil, só existem duas escolas de redução de danos, uma em Macaé e outra na Fiocruz, no Rio de Janeiro. Este é um importante espaço para as dúvidas, diálogos e troca de ideias”, destaca Maria Luiza Vaccari Quaresma.



Vale lembrar que a Escola de Redução de Danos visa ação estratégias de proteção, cuidado e autocuidado, possibilitando mudanças de atitude frente a situações de vulnerabilidade, como no âmbito da psicoterapia e do tratamento das adições e toxicomanias. A redução de danos também constitui uma estratégia de abordagem de problemas relacionados à droga, que não parte do princípio que deve haver uma imediata e obrigatória extinção do uso, seja no âmbito da sociedade, seja no caso de cada indivíduo, de modo que formula práticas que diminuem os danos tanto para as pessoas que usam drogas como para os grupos sociais com os quais convivem.

Apresentações
O professor-pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Dênis Petuco, destacou o início da Redução de Danos em Santos. Na ocasião ele destacou temas relevantes como a reforma psiquiátrica, fechamento da Casa Psiquiátrica de Santo, antigo Sistema Único descentralizado de Saúde e também da coordenação do extinto Sistema Único Descentralizado de Saúde.

Ele também relembrou o uso de termos estigmatizantes, como "grupos de risco", pode discriminar e excluir pessoas, e devem ser evitadas questões como eugenia (seleção na coletividade humana) e da antiga Delegacia de Tóxicos e Mistificações.


“A saúde é direito de todos e dever do Estado, e deve acontecer”, esmiuçou Petuco.



Já o ouvidor da Prefeitura de Macaé, Alex Xavier, abordou o tema “Um olhar da Ouvidoria sobre a construção da Escola de Redução de Danos-Peito do Pombo”. Na oportunidade, o Ouvidor que também tem formação como fisioterapeuta e sanitarista, relembrou a importância, objetivo, ações e função da Ouvidoria da Prefeitura, que é vinculada à Controladoria Geral do Município.


“A Ouvidoria Geral é um canal de participação social e controle social, que recebe manifestações sobre a qualidade dos serviços, como reclamações, denúncias, sugestões e elogios. Em Macaé, são 17 ouvidorias setoriais. Fazemos questão de apresentar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que a Ouvidoria consegue cumprir. Já a Escola de Redução de Danos tem suma importância: temos que lutar cada vez mais pela escola”, comentou Xavier, ao também elencar a experiência marcante que a Ouvidoria teve em 2013, junto à Escola de Danos.



Antes dos debates e trocas de experiências, a psicóloga e ex-aluna da Escola de Redução de Danos, Lohane Zuniga, salientou a temática “Trilhas Éticas em Redução de Danos”, com destaque para análises, objetivos, código de ética e objetivos.

Vale lembrar, que durante as aulas da Escola de Redução de Danos serão abordadas as seguintes áreas do conhecimento: Ciências do Cuidado; Paradigma Científico Sistêmico. Serão certificados os alunos que cumprirem frequência mínima comprovada de 75% nas aulas teóricas e nas aulas práticas.

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