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Pousada da Cidadania já fez mais de 800 atendimentos

25/10/2011 16:25:16 - Jornalista: Lourdes Acosta

Desde que foi instalado em 2008, o abrigo municipal Pousada da Cidadania cresceu 20% no atendimento de reinserção social ao ex-morador de rua e migrantes que vêm à Macaé em busca de trabalho. No primeiro ano, mais de 100 cidadãos foram abrigados e atendidos pela Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Social que oferece moradia, saúde, assistência psicológica, social e profissional.

De acordo com o coordenador da pousada, Antonio Ribeiro, em três anos de funcionamento mais de 800 pessoas já passaram pelo abrigo. Ele destaca que o atual perfil da pousada é heterogêneo, com mais migrantes e menos moradores em situação de rua (muitos idosos e pacientes psiquiátricos).

- Dos 50 cidadãos que abrigamos, 45 são homens e cinco são mulheres e a sua grande maioria está formada pelos migrantes que vêm para o município em busca de trabalho e com a intenção de permanecer no município – revelou.

Ele informou que na pousada eles encontram referência e atendimento de uma equipe multidisciplinar, formada por um coordenador, três assistentes sociais, dois psicólogos, seis monitores, um administrativo, um enfermeiro, oito técnicos de enfermagem, três motoristas, seis cuidadores e dois fisioterapeutas.

- O projeto da Pousada da Cidadania é pioneiro em Macaé, porque dispõe de uma equipe multidisciplinar que acolhe, trata e oferece todo o aparato necessário para a inclusão social. É um programa de dignidade mantido pela Prefeitura, comentou.

Cuidados intensivos – Ao passar a residir na pousada, o migrante ou o ex-morador em situação de rua começa a praticar um programa de atividades que vai desde a higiene pessoal e do ambiente até a laborterapia (atividades educativas manuais que criam os desenhos e os artesanatos). “Eles também possuem o atendimento psicológico individual, participam de dinâmicas de grupo e fisioterapia”.

Atendimento de saúde - Assim que chegam à pousada os hóspedes são atendidos pela enfermagem e em seguida são encaminhados para uma bateria de exames laboratoriais, de acordo com cada patologia detectada. São exames de rotina, mas necessários ao bem-estar do morador. Dentre são destacados o hemograma, baar/ppd, toxoplasmose, VDRL (sífilis), HIV, hepatite B e C (células hepáticas) e outros. “A partir do atendimento psicossocial eles são encaminhados para a rede de saúde como um todo”.

Resgatando valores – Depois que passam de migrante para hóspedes da pousada, muitos começam a trabalhar. Hoje são 15 pessoas trabalhando na economia informal e seis no mercado formal. Quem não está trabalhando é porque tem comorbidades.

- Alguns já começam a estabilizar suas vidas socioeconômicas para se desligar do abrigo. Geralmente o migrante vem para Macaé documentado, qualificado e prontos para a inserção no mercado de trabalho e como o processo muitas vezes é lento são encaminhados para o abrigo, uma vez que recurso que dispõe é insuficiente para se manter - ressaltou a assistente social Ana Darcia.

Darcia explicou que após o acolhimento feito na pousada há também os encaminhamentos, através do plano individualizado de trabalho que considera as situações como vínculos familiares, comunitários e profissionais. Além disso, são levados em consideração as doenças físicas, comportamentais e mentais, os vícios e necessidades de capacitação profissional. “Nós temos hoje no abrigo migrante de nível superior – um engenheiro de petróleo e gás e um analista de sistema de informação. Os dois estão trabalhando noutras áreas enquanto aguardam uma colocação nas suas especificações”, observou.

Moradores de rua – Inúmeros são os motivos que levam uma pessoa para as ruas, como por exemplo, conflitos familiares, perda do vínculo empregatício, predisposição ao uso de álcool e outras drogas, levando à perda de sua autoestima. “Todas essas questões são compreendidas pela equipe de trabalho do abrigo e partir daí são traçados junto com o usuário um novo caminho”.