Foto: Kaná Manhães
Essas e outras histórias são contadas durante visita guiada ao Solar dos Mellos
A praga de Motta Coqueiro de que Macaé ficaria 100 anos sem se desenvolver não ocorreu na realidade como muitos pensam. De acordo com o monitor das visitas guiadas – que ocorrem duas vezes por semana no Solar dos Mellos e reúnem cerca de 480 pessoas por mês – Giovanni Haas, o município cresceu e muito.
- A partir de 1855, quando Motta Coqueiro foi enforcado, Macaé ganhou a Usina de Carapebus, cujo nome era Progresso Macaense, no final do século XIX, o transporte ferroviário, também no final do século XIX e a Usina Hidrelétrica de Glicério, no final da década de 20, do século passado – relata ele.
O trabalho de Giovanni baseia-se nos estudos das historiadoras Conceição Franco e Gisele Muniz, intitulado “Macaé: entre o Sertão e o Mar”. Nele, ambas as profissionais ressaltam que o povoamento do município teve origem na região serrana, vindo posteriormente para o litoral, e que a cidade teve progresso, desconstruindo a crença popular na lenda originada na morte do último condenado à pena de morte no Brasil.
Giovanni conta também que outro fator de crescimento e de desenvolvimento da cidade ocorreu com o sanitarismo realizado em Macaé nos primeiros vinte e cinco anos do século XX.
- A Câmara Municipal de Macaé, na ocasião, interveio e democratizou o acesso à água potável para toda a população macaense. Essa água era proveniente do atual Parque Municipal do Atalaia e abasteceu toda a comunidade – enfatiza. Esse processo de sanitarismo estava tendo início em todo o país e Macaé foi beneficiada por isso.
Os interessados que suas instituições de ensino ou empresas participem das visitas guiadas, que são gratuitas e acontecem todas as quartas-feiras e quintas-feiras, entre 9h e 11h e 14h e 16h, podem contatar a subsecretaria de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph), que funciona no Solar dos Mellos, pelo telefone 2759-5049 ou 2763-2396. O Solar fica na Rua Conde de Araruama 248.
Visita Guiada
São 51 slides e fotos sobre o Solar dos Mellos e sobre a geografia do município de Macaé que os monitores (Gisele Muniz e Giovanni Haas) discorrem, num espaço onde há 30 lugares.
A respeito do Solar, são contados aos participantes da visita guiada detalhes da construção do Solar, particularidades da família Mello e serviços oferecidos na Casa.
Além disso, os monitores enfocam o desenvolvimento do município do século XIX até a vinda da Petrobras. A palestra tem a duração de cerca de duas horas.
- Mostro ao público referências aos patrimônios histórico, arquitetônico, natural e imaterial de Macaé. Imateriais são as lendas, festividades, procissões. Arquitetônicos podem ser exemplificados pela Igreja de Santana e o próprio Solar dos Mellos, que também são bens históricos. Já um patrimônio natural são as praias, cachoeiras, montanhas macaenses – conclui Giovanni.