Nesta quarta-feira (22) o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, participou do “Café com Energia”, promovido pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip/Macaé) e Rede Petro-BC, que trouxe a Macaé o vice-presidente de Exploração e Produção da Shell do Brasil, John Haney. O evento, realizado no San Diego Hotel, teve apoio da prefeitura, através das secretarias de Indústria, Comércio, Desenvolvimento e Energia (Semic), Geral de Governo (Segov), Comunicação Social (Secom) e Fazenda (Semfaz).
- O município de Macaé tem se esforçado para promover e ajudar as empresas instaladas na cidade, estimulando ações e visando aumentar as oportunidades de negócios. Espero que a Shell olhe com carinho para Macaé, na escolha do local de suas novas instalações -, frisou Riverton, acrescentando que o município investirá R$ 130 milhões em obras, que dependem de liberação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Na próxima semana, a prefeitura iniciará as obras de infra-estrutura no Balneário Lagomar, um investimentos de cerca de R$ 29 milhões.
Os secretários de Indústria e Comércio, Alexandre Gurgel, de Fazenda, Cássius Tavares, e de Comunicação Social, Romulo Campos, participaram do encontro. Segundo Gurgel, a aproximação entre fornecedores e contratantes é importante ao desenvolvimento das empresas locais. “Ações como essa têm de ser apoiadas e incentivas. A prefeitura de Macaé quer desenvolver projetos em conjunto com o empresariado local”, declarou o secretário.
Evandro Esteves, representante da Rede Petro, destacou que Macaé é o segundo município a realizar esse tipo de evento: “A Rede Petro está concentrada em gerar relação de qualificação e informações adequadas, no tempo determinado, para que os negócios consigam ser realizados com um certa preparação, para gerarem frutos”, disse Esteves.
Acompanhado do novo gerente de produção da Shell no Brasil, Charles Miller, John Haney, começou a palestra abordando o Petróleo Global e no Brasil, Investimentos e perspectivas de desenvolvimento offshore e Conteúdo local. Haney destacou que apesar da busca por novas tecnologias de geração de energia, o petróleo e o gás ainda vão continuar dominando o mercado por pelo menos 50 anos. A Shell é a única operadora internacional com produção na Bacia de Campos.
- A demanda continua crescendo e o Brasil faz parte disso. Esse é o ano da auto-suficiência. Para a Shell, esse é um ano importante para a indústria de exploração e produção. Desde 98, a companhia desenvolve projetos no Brasil. Demorou um pouco, mas os frutos serão vistos esse ano, informou John Haney.
A Shell explora 11 blocos no Brasil, nas Bacias de Campos (BC-10, Salema e Bijupirá) e Santos (BS-4). A produção atual de Bijupirá e Salema é de 35/40 mil barris de óleo/dia. No bloco da BC-10, a Shell fez descobertas técnicas em quatro áreas. A profundidade de exploração nessa área varia de 1500 a 2000 metros de profundidade, onde é extraído o óleo pesado (16º -24º AP).
Na BS-4, em Santos, a exploração da Shell, em sociedade com a Petrobras (40%) e a Chevron (20%) também se dá em águas profundas (1500 metros). “Estamos avaliando esta descoberta para confirmar sua viabilidade econômica e o conceito de um possível desenvolvimento do campo. Até o final do ano, teremos uma avaliação comercial sobre a BS-4”, disse Haney.
Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostram que entre 2006 e 2010, 37 mil empregos serão criados em cada U$ 1 bilhão investidos na área de petróleo e gás. A previsão, do vice-presidente da Shell, é que sejam feitos investimentos, nesse período, em torno de U$ 34,8 bilhões em projetos de exploração e produção de petróleo e gás, sendo U$ 6,8 bilhões da iniciativa privada.
Otimizar a participação de fornecedores locais de bens e serviços, em bases competitivas de preço, prazo e qualidade são metas da Shell. “Temos ainda muitos problemas em relação a prazos. Mesmo assim, os fornecedores no Brasil têm capacidade para competir internacionalmente. Estamos desenvolvendo um banco de dados de fornecedores junto com a Onip, de acordo com critérios definidos por um grupo de empresários locais”, esclareceu Haney.
Outra crítica de John Haney é em relação às condições fiscais. Segundo ele, existe a necessidade de se estabelecer regulamentações a níveis estaduais e federais para o mercado de exploração de gás. “O Congresso está desenvolvendo a Lei do Gás. Precisamos de definições para a evolução dessa indústria”, declarou
Para o presidente da Firjan/Cirj, Francisco Agostinho, foram dados passos importantes por parte das empresas locais, como a criação da Rede Petro-BC, mas ainda faltam alguns pontos: “A Shell quando quer se instalar numa região, busca mão-de-obra qualificada, tecnologia, prazos e qualidade, além de facilidades burocráticas”, argumentou Agostinho.
Para o gerente geral da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia de Campos (UN-BC), Carlos Eugênio da Resurreição, o Brasil tem tecnologia que são desenvolvidas, visando melhorar ainda mais a qualidade do óleo produzido no país. “A Shell é sócia da Petrobras nos campos de Bijupirá, Salema e BC-10. É fundamental para as empresas procurarem a Rede Petro e a Onip. Elas têm infra-estrutura para auxiliar e promover o desenvolvimento dessas empresas para que consigam se capacitar para serem fornecedoras de bens e serviços”, disse Resurreição.
- A intenção da Onip e Rede Petro é trazer para o município a abertura de novos mercados para os empresários sediados em Macaé, destacou Alfredo Renault, da Onip/Macaé.
Durante a Protection Offshore, que será realizada de 07 e 09 de junho, no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho (Macaé Centro), a Shell apresentará o projeto SMS de Responsabilidade. A segunda edição da Feira e Conferência Internacional de Saúde, Meio Ambiente e Segurança da Indústria de Petróleo Offshore, é organizado pelo Media Group do Brasil, com apoio da Petrobras, do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), da prefeitura de Macaé, de representantes da indústria do petróleo e gás, do Ibama e da área acadêmica.