RIO - Durante reunião da Ompetro sobre a implantação da refinaria no Norte Fluminsense, o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, disse que teme que pressões políticas atrapalhem a decisão final da Petrobras, já que, além de Guriri, o município de Itaguaí, no Sul Fluminense, também pleiteia o pólo. “Não vamos admitir ingerência política neste assunto, que é muito importante para o futuro da nossa região”, comentou Riverton.
Ele lembrou o caso do oleoduto que a Petrobras queria instalar no Rio, levando óleo produzido na Bacia de Campos, de Cabiúnas, em Macaé, até São Paulo, e que geraria cerca de 20 mil empregos diretos para o interior. “Por pressões do governo do estado, a Petrobras desistiu do projeto. Não queremos que isso se repita”, afirmou. O deputado federal Paulo Feijó também é da mesma opinião. “A decisão deve ser técnica. Não queremos que a disputa pela refinaria se transforme em uma briga política, senão todos saem perdendo”, comentou.
Empregos e desenvolvimento – A disputa acirrada pela refinaria e pelo pólo petroquímico da Petrobras tem motivo. O investimento previsto pela Petrobras no pólo - que será o primeiro do país a usar o petróleo pesado produzido na Bacia de Campos como matéria-prima básica - é de US$ 9 bilhões (R$ 20,7 bilhões). O empreendimento equivale à construção de três refinarias do porte da Reduc, em Duque de Caxias.
Na reunião desta terça-feira, o presidente da Petrobras lembrou que o empreendimento é o maior da empresa feito no estado do Rio em um único projeto, com capacidade para desdobramentos futuros. “O pólo terá a capacidade de estruturar a economia fluminense de forma bastante significativa”, comentou. De acordo com ele, o empreendimento pode trazer aumento da arrecadação de impostos como o ICMS, aumento da densidade demográfica, além do fortalecimento da atividade econômica.
No projeto, está incluída a construção de uma refinaria petroquímica que vai processar 150 mil barris diários de petróleo pesado, para produzir matérias-primas básicas, como eteno e para-xilenos para a indústria petroquímica. Já a indústria petroquímica transforma essas matérias-primas em insumos para a indústria de plástico. A Petrobras estima que as obras do pólo durem de quatro a cinco anos, quando está prevista a geração de 75 mil empregos diretos e indiretos. Na fase de operação, a expectativa é de geração de 15 mil empregos diretos e outros 30 mil indiretos.