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Prefeitura ajuda idosos a viver melhor com artesanato e Oficina de Memória

27/09/2011 14:58:46 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Foto: Ana Chaffin

Projetos são da Subsecretaria do Idoso e objetivam estimular a criatividade e o cérebro de pessoas com mais de 60 anos

Nicomedes Francisco de Lima não vê barreiras nos seus 83 anos de vida e há três anos sai de sua casa, no Engenho da Praia, para frequentar as aulas da Oficina de Memória oferecidas pela prefeitura na Subsecretaria do Idoso, vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, no Centro de Macaé. Junto com ele, Erasmo Rodrigues de Souza, 67, Mariza Shcueler de Souza, 66, e outros aposentados participam do Projeto A Boa Comunicação da Melhor Idade.

- Minha memória melhorou muito com este trabalho. Hoje consigo lembrar de coisas rapidamente que não conseguia e eram coisas simples como onde guardei as chaves, qual o melhor trajeto para a minha casa, e outras desse tipo, conta Nicomedes que, com sua historia, representa os idosos nesta terça-feira, 27 de setembro, Dia do Idoso.

Três vezes por semana o senhor Nicomedes participa da Oficina de Memória nas aulas com lousa, papel e lápis, mas a Subsecretaria do Idoso também oferece, gratuitamente, aulas de artesanato de pintura em tecido e tricô a idosos com mais de 60 anos no Projeto de Capacitação e Artesanato para Idosos. A produção deles é vendida no Bazar do Artesanato, de segunda a sexta-feira, na sede da subsecretaria, à Rua Francisco Portela, 444, no Centro da cidade. A subsecretária do Idoso, Cátia Crespo, disse que a renda é revertida para os próprios idosos.

O Bazar do Artesanato é coordenado por Aubenice Peçanha Menecuccy e as professoras são Cristina Corrêa, pintura, e Cátia Muros, tricô e cestaria em jornal. Atualmente, 80 idosos estão engajados nos trabalhos da subsecretaria que, como diz o nome do Projeto Teatro, é um Ateliê da Vida. Em 2005, o total de idosos atendidos na subsecretaria era 122 e atualmente é 5.135, informou Cátia Crespo.

Os projetos funcionam como terapia para os idosos, pois enquanto confeccionam as peças, eles conversam sobre o dia a dia em casa, com a família e falam dos sonhos que ainda vão realizar, como viagens, nascimento de um neto, etc. As aulas de pintura acontecem às segundas e quintas-feiras, das 9h ao meio dia; e as de artesanato, terças e quartas, no mesmo horário.

- Para os idosos, esse trabalho que desenvolvemos é fundamental porque os tira da ociosidade, do isolamento dentro de casa, e exercitam a mente e a capacitade motora. O artesanato estimula a criatividade deles e podem ver na hora o resultado daquilo que confeccionam. Já a oficina estimula o cérebro para trabalhar a memória, a escrita e a leitura, disse a subsecretária.

Ela acrescentou que o município também ganha porque esse trabalho com os idosos reduz o índice de doenças e medicamentos e, consequentemente, de atendimentos na rede de saúde.

O segredo para viver melhor é fazer uma atividade e se dedicar a ela com o corpo e a mente, dá a receita Francisca Luzia dos Santos, 63 anos, uma das integrantes do grupo de artesanato:

- Eu tomava cinco comprimidos controlados por dia e desde que comecei a pariticipar do grupo de artesanato da prefeitura só uso dois. Todas as terças e quartas-feiras, com sol ou chuva, eu estou aqui. Faz seis anos e sinto que tenho a cabeça de 18 anos, contou Francisca. Ela mora no Bairro Parque Aeroporto e fala para todas as pessoas que a terapia que a ajuda a viver melhor é o artesanato que fabrica com as suas próprias mãos. O mesmo acontece na vida de Celi Franca da Silva, 60 anos:

- Aqui eu aprendo a fazer coisas lindas, de utilidade e faço amigos”.

Alguns idosos participam tanto do artesanato quanto da Oficina de Memória, já que ambos acontecem no mesmo espaço. A coordenadora do Projeto A Boa Comunicação da Melhor Idade e responsável pela oficina, a fonoaudióloga Vivian Miranda Genuncio, disse que esse contato entre os dois grupos é muito importante.

- Nosso objetivo é estimular a comunicação que no processo de envelhecimento pode ser modificada por diversas causas, como por exemplo redução dos níveis de consciência, falhas no raciocínio, perda da audição, falhas de memória e outros. A quaidade de vida do idoso depende de sua integração com a família e a sociedade, observou.

Além das aulas na oficina, Vivian passa para eles tarefas de casa com exercícios cerebrais feitos de maneira rotineira que apresentam, segundo ela, efeitos muito positivos na vida deles.

- É importante que em casa eles caminhem com passos para trás, memorizando o que estão fazendo, que mudem o trajeto para chegar à casa, coisas que fazemos rotineiamente e que, quando paramos para pensar no que estamos fazendo, estimulamos a memória.

Até o painel exposto na entrada da subsecretaria anunciando o Bazar de Artesanato foi confeccionado pelos idosos. Quem gosta de artesanato e quer compartilhar os produtos confeccionados pelos idosos no projeto da prefeitura vale conhecer os produtos, que são diversos: golas de tricô, panos de prato, máscaras, vasos, flores, cestos, caixas, chaveiros, prendedores de guardanapo, de porta e de puxa-saco, peso de mesa, lixeiras de automóveis, porta-garrafas, pratos decorativos, cobre lanches e outros.


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