Foto: Kaná Manhães
Geração de negócios na região atrai mais empresas, como a Citroën e uma grande rede hipermercado
A prefeitura de Macaé anunciou que irá instalar uma Zona Especial de Negócios (ZEN) visando aumentar ainda mais a arrecadação de impostos do município, hoje, responsável por 60 % do orçamento, superando os royalties (40%). A iniciativa partiu da mobilização da secretaria de Desenvolvimento Econômico, Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico e da subsecretaria de Indústria e Comércio. A cidade também irá receber três novas empresas: Citroën, Tok & Stok e C & C. Uma grande rede de hipermercado também já sinalizou sua vinda para Macaé e está em busca de uma área.
- Macaé já abriga a sede na Petrobras na Bacia de Campos e as principais empresas do Brasil e do exterior da cadeia produtiva do petróleo e gás. Nada mais justo que agora também tenhamos uma ZEN para cativar mais empresas ainda. Diante da diminuição dos recursos vindo dos royalties – fato que aconteceu este ano – a chegada de mais recursos próprios com a instalação de mais empresas será muito bem recebido -, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Cliton da Silva Santos. De acordo com o secretário, algumas áreas no município já estão em estudos, “mas nada menor do que um milhão de metros quadrados”, ressalta.
Para o secretário de Fazenda, Cassius Ferraz, esse é um processo natural. “Não podemos perder investimentos por não termos um local adequado. Com a instalação da Zona Especial de Negócios poderemos aumentar a arrecadação de próprios que hoje superam os royalties. Esse é um processo evolutivo, que começou com as mudanças que o governo municipal iniciou a partir de 2005, visando diminuir a dependência de arrecadação com os royalties. Medidas como a implantação da nota fiscal eletrônica deram mais transparência ao processo e fizeram com que a prefeitura de Macaé conseguisse arrecadar hoje 60% de seu orçamento só com os impostos”, pontuou.
A implantação da ZEN afasta de vez a ameaça de saída das empresas do município de Macaé para cidades vizinhas, de acordo com o presidente do Fumdec, Francisco Navega. “Toda o suporte a produção e exploração de petróleo, como a mão de obra e de serviços está instalada aqui. A implantação da Zona Especial de Negócios é fundamental neste momento na atração das empresas que farão parte do novo arranjo produtivo do petróleo em Macaé”, disse.
No final de 2008, a Petrobras apresentou seu Plano de Negócios para o período de 2009-13 prevendo investimentos da ordem de U$ 174,4 bilhões, sendo U$ 104,6 (U$ 17 bilhões em exploração) só em Exploração e Produção (E&P). Atualmente a Petrobras UN-BC tem à disposição 223 contratos globais, sendo 83 próprios e 140 em parceria com outras unidades da companhia.
- Esses investimentos apresentados pela Petrobras UN-BC só consolidam a implantação da ZEN pela prefeitura. A Bacia de Campos tem ainda grande potencial, com perspectivas de dobrar essas contratações de bens e serviços, consequentemente a arrecadação de próprios para Macaé. Por isso, temos que estar preparados para receber essas empresas que investem e que estarão se instalando na nossa cidade -, disse o subsecretário de Indústria e Comércio, Edmilson Gonçalves.
A contratação de serviços da Unidade da Bacia de Campos da Petrobras em 2008 chegou aos R$ 15.591.314.190,01, sendo R$ 7.481.229.170,36, no estado do Rio e R$ 2.217.005.574,90, em Macaé. Só em 2009, a UN-BC investiu quase R$ 7 bilhões em contratação de bens (R$ 6.702.494.287,51), sendo R$ 1.043.128.502,02, em Macaé. Na contratação de serviços em 2009, a UN-BC direcionou R$ 169.959.628.010,38: R$ 100 bilhões no exterior (com locação de sondas e navios que não são encontrados no Brasil), R$ 69 bilhões no Brasil, dos quais R$ 24.993.052.495,69, em Macaé.
Segundo dados da Petrobras, em relação a E&P no Brasil em 2009 a previsão é promissora: além dos cinco novos sistemas de produção de óleo que entraram em operação em 2009, contribuirão para o aumento da produção a P-52 e a P-54, que atingirão seu pico de produção este ano, e a P-53 que entrou em operação em dezembro de 2008. O valor adicionado no país gerado pelas atividades da Petrobras, acrescido do impacto na cadeia produtiva de investimentos e dos gastos operacionais, estão apresentados abaixo, representando, em média, cerca de 10% do PIB nacional (valor adicionado gerado pela média anual 2009/13):
Petrobras no país – U$ 170 bilhões
Cadeia produtiva dos investimentos – U$ 73 bilhões
Cadeia produtiva dos gastos operacionais – U$ 66 bilhões
Total do valor adicionado – U$ 309 bilhões