Nesta terça-feira (27) a prefeitura de Macaé, em ação conjunta com a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) e a secretaria de Obras (Semob), iniciou a derrubada de onze casas em área de risco iminente localizadas na Ladeira de Santana. As residências, construídas ao lado da linha férrea, foram atingidas por deslizamentos de terra decorrente das fortes chuvas que atingiram o município no começo de dezembro.
No dia 14 desse mês, o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, acompanhado de representantes da Comdec, Semob e da Empresa Municipal de Habitação, Urbanização, Saneamento e Águas (Emhusa) determinou a retirada das famílias do local atingido. A Comdec constatou a necessidade das casas serem interditadas devido ao risco iminente de novos deslizamentos. A prefeitura de Macaé encaminhou sete famílias para um hotel no bairro do Barreto. As outras famílias estão em casas de parentes e numa residência da secretaria de Promoção Social (Sempros).
O coordenador de operações da Comdec, Eduardo Moreira informou que a derrubada estava sendo feita para evitar que outras famílias ocupem novamente as casas. “As residências estão em área de risco, por isso a prefeitura quer evitar que outras pessoas ocupem os imóveis. Qualquer chuva pode provocar novos deslizamentos. Nós avisamos todas as famílias que íamos fazer o tombamento para que elas pudessem retirar telhas ou outros materiais”, informou o coordenador.
As famílias também assinaram uma ficha de cadastro para relocação em área de risco, declarando que desocupou o imóvel por livre e espontânea vontade. Moreira informou que outras quatro casas que estão em área de risco na parte de cima da Ladeira de Santana também vão ser derrubadas. As famílias já estão sendo cadastradas para serem transferidas.
Edílson Pereira da Silva, 38 anos, artesão autônomo, que mora na área de risco ao lado da linha férrea, era o único que ainda resistia deixar sua casa onde mora com os dois filhos, de 13 e 10 anos. Segundo ele, sua preocupação era sair do local que é próximo ao centro onde cata ferro velho e latinhas para sobreviver. “Dizem que o abrigo é bom, mas a minha preocupação é como vou vir para cá. Não tenho uma bicicleta e nem vale transporte”, explicou Edílson, completando que deixará o local só na próxima segunda-feira.
Já Elisabete de Souza Bazilio, de 27 anos, mandou a carteira de identidade pelo marido, Elielson, 30 anos, para fazer o cadastramento para deixarem o local. O casal e mais uma filha de cinco anos, moram no alto da Ladeira de Santana, em cima de um barranco, e só ficam na casa quando o dia está com sol. Elielson quis saber detalhes das residências que estão sendo construídas pela prefeitura no Bosque Azul, e onde as famílias serão transferidas assim que foram terminadas as obras. “Quando o tempo está bom a gente vem em casa para lavar uma roupa. Fora isso, ficamos no Campo D’Oeste na casa de parentes”, disse Elielson.