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Prefeitura começa recuperar a calçada da Praia Campista

09/08/2007 12:24:51 - Jornalista: Izabel Monteiro

Desde que a ressaca do dia 28 de julho levou parte da ciclovia e calçada na Praia Campista, a secretaria executiva de Obras (Semob) está no local, retirando material da parte destruída pelas ondas e preparando o local para iniciar a construção do muro de concreto para proteger a área destruída. Na orla da Praia Campista, o mar bateu mais forte, principalmente em três pontos: em frente a AABB, Clube Cidade do Sol e edifício Macaé Palace. Nesse locais, as ondas destruíram a ciclovia, o calçadão e parte do calçamento da rua.

Como providência inicial, a Secretaria de Obras colocou dezenas de sacos de areia para conter a força do mar, além de providenciar a limpeza no local. Com o fim da ressaca, a Semob vai iniciar as obras de proteção, aumentando as estacas e fazendo as caixas das mesmas abaixo do nível do mar, para em seguida construir o muro de concreto.

A contenção da orla foi feita no final de 1999 e início de 2000, pela Petrobras. Como na época da construção o nível do mar estava mais baixo, com faixa de areia em toda orla, o muro agüentou alguns anos. Com as mudanças no nível do mar, que batendo forte, levou grande parte da areia, principalmente onde não há vegetação de restinga, o muro não resistiu. Para o secretário de Obras, Tadeu Campos, a nova contenção terá que ter mais de dois metros de profundidade para ficar abaixo do nível de areia hoje existente.

– Durante a ressaca e, mesmo agora, observamos que neste local cerca de dois metros de altura de areia foi levado pelo mar. Pedras que nunca apareceram antes, segundo moradores da área, agora afloram na areia. Onde não há vegetação de restinga, proteção natural da orla, o problema se agravou ainda mais – disse Tadeu Campos.

Para o secretário, a solução do problema pode ser a construção de arrecifes artificiais para quebrar a energia da onda, tornando a praia balneável, isto é, própria para o banho. O secretário disse que existe um pré-projeto da Coppe-UFRJ neste sentido e que a Semob vai reativar esse estudo, para decidir qual caminho é melhor apropriado para manter o mar mais afastado.

– Esse é um pré-projeto e ainda não foi feito o levantamento dos custos de uma obra assim, que requer estudos hidrológicos mais apurados para verificar o nível do mar, as correntezas, a predominância do vento. Só com esses estudos é que podemos decidir qual a melhor solução para conter o avanço do mar na orla macaense – disse Tadeu Campos.

O secretário mencionou ainda o estudo divulgado pelo IBGE sobre o medidor instalado na Praia de Imbetiba, que, segundo o instituto, indica que o mar subiu 15 centímetros na orla de Macaé.

– Esperávamos uma posição mais conclusiva do IBGE, o que não aconteceu. O medidor foi instalado num ponto da Imbetiba, perto do porto que foi construído sobre pedras, que podem ter passado por um processo de acomodação. Sabemos que o mar vem subindo, as ressacas mostram isso. Esse fenômeno não está ocorrendo só em Macaé, e pode ser um efeito do aquecimento global – diz Tadeu, lembrando que estudos mostram que se o mar sobe um metro, ele avança um quilômetro na orla.

O secretário Tadeu Campos disse ainda que o município vai intensificar os estudos e buscar o apoio das outras esferas do governo, federal e estadual, com o objetivo de definir as melhores opções para sanear os problemas na orla em Macaé.