Foto: Rui Porto Filho
Campanha faz parte do projeto que visa recuperar a área do entorno do Mercado de Peixes
Com objetivo de sensibilizar os pescadores sobre o descarte consciente do óleo queimado de embarcações pesqueiras, a Subsecretaria de Pesca e a Secretaria de Ambiente lançam nesta terça-feira (1º de março) a campanha ambiental que visa preservar a cadeia alimentar marítima. Neste dia, cerca de 200 pescadores se reunirão às 14 horas, no Paço Municipal, para receber e trocar informações pertinentes ao ramo pesqueiro.
- Muitos pescadores descartam o óleo queimado em alto mar por falta de informação. A ideia é divulgar o local e a forma correta de descarte e fazer disso uma rotina na vida deles, evitando prejuízos à vida marinha - frisou a gerente de qualidade do Mercado Municipal de Peixes, da Subsecretaria de Pesca, Mariana Previtali, acrescentando que a campanha faz parte do projeto que visa recuperar a área do entorno do Mercado de Peixes.
- A intenção é mobilizar cerca de dois mil pescadores cadastrados na Subsecretaria de Pesca para que eles entendam o prejuízo que o descarte incorreto do óleo provoca. Pois o ambiente contaminado mata os peixes e os que conseguem sobreviver e são pescados ficam contaminados. Prejudicando o rendimento econômico dos próprios pescadores, além de acarretar doenças em quem ingeri-los -, alertou o geógrafo da Secretaria de Ambiente, Sávio Magaldi.
No primeiro momento, o ponto de recolhimento voluntário será no posto de combustível LUBRIMAC-GELOMAC, localizado na Rua Augusto Braga, número 136, na Brasília, Barra de Macaé. Após o recolhimento do óleo queimado, o material é destinado a empresa de reciclagem. "A ideia é que mais pessoas e instituições participem, para expandir os pontos de coleta", frisou Mariana Previtali.
Para mais informações, os interessados podem entrar em contato pelos telefone: 2796-1280 (Secretaria de Ambiente) e 2763-8369 (Subsecretaria de Pesca).
Danos causados com o descarte de óleo queimado no mar
Um litro de óleo causa a poluição marinha em cerca de dez mil litros de água. Isso acarreta deteriorização dos recursos biológicos, da qualidade da água, das atividades marinhas e da saúde humana.
Outras consequências são: impedir a passagem da luz solar porque como o óleo não se mistura com a água, ele forma uma camada na superfície da água e impede a passagem da luz do sol, que é importante para que as algas se mantenham vivas, cresçam e sirvam de alimento para os peixes. A disponibilidade de alimento para os organismos marinhos - menos alimento disponível para os peixes afeta o crescimento e a reprodução desses animais - também fica prejudicada.
Além disso, o óleo descartado de forma irregular reduz os estoques pesqueiros; a diminuição na reprodução dos peixes faz com que haja uma redução no número de peixes disponíveis para a pesca.
A asfixia dos organismos marinhos - o óleo acaba por depositar nas brânquias de muitos dos animais marinhos, o que os leva a morte por asfixia, ou seja, os animais morrem pois não conseguem respirar - é outro problema.
A intoxicação dos organismos marinhos, a contaminação dos manguezais e a biooacumulação e contaminação do ser humano - alguns organismos vivos, como mexilhões e peixes acabam retendo dentro de si algumas substâncias tóxicas que vão se acumulando também nos demais seres da cadeia alimentar até chegar ao homem - são outras consequências desta poluição.
