Nesta quinta-feira (28), a prefeitura de Macaé, através de várias secretarias, e a Associação Mista de Pesca de Macaé, implantou o Projeto Rio Limpo, na comunidade da Brasília, com a instalação de pontos de coleta de óleo queimado. O projeto visa recuperar o Rio Macaé, promovendo a coleta e a destinação final do produto. A idéia partiu dos próprios pescadores que já se preocupam com a preservação ambiental e não tinham aonde descartar o produto usado.
Foram implantados sete pontos de coleta de óleo: Porto de Jerri (Nova Esperança); Porto da Viúva e Orla da Praça (Barra); Porto de Jorginho (Nova Esperança): Ponte Velha; Orla (Nova Holanda) e Porto do João Barbudo (Brasília).
O Projeto Rio Limpo faz parte da parceria social da prefeitura, através do Fundo de Desenvolvimento Econômico (Fumdec), secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Fundação de Agricultura, Abastecimento e Pesca (Agrape) e Empresa Municipal de Turismo (Macaé Tur). O secretário de Meio Ambiente, Fernando Marcelo Tavares, lembrou a importância da iniciativa durante o lançamento do projeto.
- O prefeito de Macaé tem a visão de fortalecer a pesca no município de Macaé. Esse projeto parece simples, mas é fundamental essa iniciativa em parceria com os pescadores para consolidar e recuperar o Rio Macaé. Mais importante ainda é que o projeto partiu da própria comunidade, por isso esse gesto tem poder de se alastrar e se difundir mais ainda. A prefeitura está trabalhando na questão do saneamento – com a construção da Estação de Tratamento de Esgoto – e espera-se que dentro de alguns anos não haja mais despejo de esgoto no rio Macaé, anunciou Fernando Marcelo Tavares.
O presidente da Associação Mista de Pescadores de Macaé, José Carlos Bento da Silva, destacou que um dos maiores sonhos dos pescadores do município é ver o rio recuperado.
- A cada dia estamos vendo o rio ficar mais deteriorado. Alguns pescadores já trazem o lixo que é capturado pelas redes de pesca para a terra. O Projeto Rio Limpo é o sonho de todos os pescadores: ver o rio limpo. Com a instalação desses sete postos de coleta eles poderão jogar o produto fora sem agredir o rio ou a terra, explicou José Carlos.
O vice-presidente da Agrape, Luiz César Mendonça, observou que quase 12 mil famílias do município estão envolvidas no setor pesqueiro.
- A pesca sempre teve importância em Macaé. Esse projeto visa a integração do pescador com o poder público, criando condições para a limpeza do rio Macaé e sua recuperação, explicou o vice-presidente da Agrape.
Já o presidente da Macaé Tur, Paulo Longobardi, declarou que essa iniciativa deve ser repetida por muitas vezes.
- Isso dá sustentabilidade à nossa economia. Vamos trabalhar juntos para fazer uma Macaé mais limpa para se viver, disse o presidente da Macaé Tur.
O presidente da Câmara Municipal, Eduardo Cardoso, também compareceu ao lançamento.
- A economia de Macaé, antes do petróleo, era voltada para a pesca e a agropecuária. Hoje se vê consolidar a primeira ação da Associação Mista de Pescadores que é proteger o Rio Macaé. Isso significa turismo, preservação da vida que depende da qualidade de vida. Hoje vemos prefeitura e pescadores irmanados para salvar o rio para a população do município de Macaé, disse o presidente da Câmara.
Após a coleta do óleo queimado, este vai ser encaminhado à uma empresa do município, licenciada pelos órgãos da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que fará o re-refino do produto.
- O despejo de resíduos oleosos é uma das práticas mais nocivas ao meio ambiente. Isso acontece em muitas comunidades costeiras, onde as embarcações de pesca, off shore e turismo lançam no mar o óleo lubrificante usado. Esse óleo jogado no mar, na areia ou nos mangezais pode persistir por 10, 20 anos, interferindo no equilíbrio ecológico, explicou o coordenador de resíduo da Semma, Maurício Passeado.
Durante o lançamento do projeto, que foi realizado na casa de João Barbudo, foi feita a inauguração do ponto de coleta na localidade e assinado um Termo Simbólico de Responsabilidade Ambiental. Estiveram presentes ao evento também, o presidente da Colônia de Pescadores de Macaé, Osvaldo Romano da Silva; o administrador do Setor Rosa, Alexandre Rangel, e o pescador e monitor ambiental da Semma Arquimedes Batalha, que também participou da elaboração do projeto.