Foto: Equipe Secom
Gestores dos órgãos municipais alertam a população que algumas medidas preventivas devem ser tomadas, especialmente nesta temporada de chuvas e de altas temperatura
O período de chuvas chegou com força em todo o país, provocando alagamentos e trazendo transtornos à população. Em Macaé, não foi diferente. Porém, a prefeitura mostrou estar preparada para agir rapidamente em situações como essa, minimizar os problemas e evitar mais transtornos aos cidadãos. Foram profissionais, máquinas, além da solidariedade de voluntários e pessoas que se mobilizaram e, em menos de uma semana, conseguiram reunir 25 toneladas de doações em prol das famílias desabrigadas.
Desde o início das chuvas, na madrugada de segunda-feira (2), o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio, foi para as ruas com o coordenador da Defesa Civil, Luciano Castilhos, e outros representantes do governo, para acompanhar os impactos das fortes chuvas que atingiram a cidade e também orientar os trabalhos das diversas equipes que não pararam.
As chuvas atingiram, em um curto espaço de tempo, 134mm, volume que era esperado para quinze dias. Isso causou danos em bairros como Centro, Miramar, Visconde de Araújo, Novo Horizonte, Morro de Sant’Anna, Malvinas, Sol y Mar, Botafogo, Aroeira, Nova Esperança, Nova Holanda, Virgem Santa, além de bolsões de água em vias importantes, como as linhas Azul e Verde. Áreas alagadas e deslizamentos de terra foram verificados nessas regiões.
- Fizemos um sobrevoo logo na segunda-feira e verificamos que todas as bacias hidrográficas do município ficaram alagadas. Este índice de saturação do solo, em razão das chuvas das últimas semanas, agravou a drenagem das águas pluviais. Além do fato de que os corpos hídricos, utilizados para vazão, também estavam com nível alto, dificultando, inclusive, os trabalhos realizados pelas quatro bombas, que trabalharam drenando seis mil litros de água por segundo, diz o prefeito.
Desabrigados recebem apoio da prefeitura e população
A Defesa Civil interditou 21 residências em áreas de risco e promoveu a remoção de 108 pessoas, que estão alojadas no Centro Municipal de Apoio à Infância e Adolescência (Cemaia) e no Estádio Cláudio Moacyr. A prefeitura realiza o cadastro para o aluguel-emergência, onde é feita a análise social e verificado às informações sobre a interdição do imóvel.
Logo que foram confirmados os desabrigados, a população de Macaé começou a se mobilizar para ajudar. Durante a semana foram 15 toneladas de alimentos e itens de higiene pessoal, 10 toneladas de roupas e 400 colchões.
As doações também vieram de empresas, órgãos públicos, igrejas, escoteiros, escolas, que se uniram para recolher itens necessários para ajudar a quem perdeu tudo. Além disso, diversos voluntários foram aos centros de recolhimento de doações para ajudar na organização do material, bem como na distribuição entre os necessitados.
- Nesse momento agradecemos a corrente de ajuda que se formou em torno da situação pela qual a cidade passou. Vimos, durante toda a semana, diversos voluntários ajudando da forma que era possível e isso mostrou a solidariedade da população macaense, ressalta Dr. Aluízio.
Prefeitura atende desabrigados
Já na terça-feira (3), as famílias que tiveram suas casas afetadas pelas chuvas no Morro de Sant’Anna receberam acompanhamento de assistentes sociais, que as orientaram a respeito dos seus direitos. O aluguel-emergência, oferecido temporariamente, é garantido pela prefeitura. O valor desse benefício é depositado, em até 30 dias após a assinatura do contrato, diretamente na conta do proprietário imóvel. O contrato é válido por um ano podendo ser prorrogado por mais um.
Além disso, Dr. Aluízio encaminhou à Câmara, em regime de urgência, um projeto que reajusta os valores do Aluguel e do Auxílio Emergência. O Aluguel Emergência passou de R$ 373 para R$ 600 e o Auxílio Emergência dos R$ 249 para R$ 400. O benefício Auxílio-Emergência é assegurado pela prefeitura às vítimas das chuvas, quando o imóvel necessita de reparos. Por isso, um levantamento social de cada família foi feito pelos técnicos da administração municipal.
Buscando solução definitiva para essas famílias, os técnicos da Subsecretaria de Habitação avaliam a possibilidade de remoção dos moradores do Morro de Santana e da Buraca, no Morro de São Jorge, que tiveram suas residências interditadas, esta semana, para um condomínio que será construído no Complexo da Ajuda.
A prefeitura e governo Federal firmam, nesta segunda-feira (9), um convênio para a construção de 2.208 unidades habitacionais financiadas pelo programa Federal Minha Casa Minha Vida Faixa 1 (baixa renda). Esse projeto integra o programa Habitar Legal que tem como um de seus objetivos transferir famílias de Área de Preservação Ambiental (APA) ou de risco para moradias seguras em espaços urbanizados.
Limpeza: o retorno à normalidade na cidade
Enquanto as equipes atendiam às vítimas das chuvas, a maior preocupação do governo municipal era que a cidade voltasse à normalidade. Os pontos de alagamento e o lixo acumulado comprometiam o funcionamento das instituições de ensino públicas e privadas, de empresas e também a mobilidade urbana. A Secretaria de Limpeza Pública entrou em ação com 160 homens, 22 caminhões, mais seis caminhões F4000, dois ônibus, duas pás mecânica, dois trator patrol, 15 trator retroescavadeira e 13 caminhões suga tudo/fossa.
Os números, computados, até esta sexta-feira (06), chegam às 516 toneladas de materiais diversos: mobiliário, barro, areia, lama, esgoto, galhos, entulhos em geral. As equipes ainda recuperaram 47 tampões de esgoto, 107 bueiros, além de taparem 37 buracos em asfalto e paralelos e consertarem sete pontos da rede de águas pluviais danificados.
Prevenção para evitar novos problemas
Gestores dos órgãos municipais alertam a população que algumas medidas preventivas devem ser tomadas, especialmente nesta temporada de chuvas e de altas temperaturas. Uma das principais é a colaboração no trato com o lixo residencial. Os dias e horários de coleta devem ser respeitados. Esse serviço é realizado dia e noite nos bairros centrais e nos demais em dias alternados. A programação da coleta de lixo domiciliar está no Portal de prefeitura (http://ww w.macae.rj.gov.br/conteudo/leitura/titulo/coleta-de-lixo-residencial). Além disso, o lixo não deve ser depositado depois da passagem dos caminhões de coleta.
Já para descartar entulhos de obra é preciso agendar o serviço através do número 2796-1235. Para coleta de móveis, eletrodomésticos e outros o número é 2762-4667. Esses materiais nunca devem ser deixados em calçadas ou em terrenos baldios. Assim como areia, pedras brita e demais materiais de construção. Em dias de chuva, tudo isso pode ser levado para bueiros, bocas de lobo e bocas de manilha. Esses entupimentos agravam as enchentes e podem fazer com que as águas pluviais invadam residências.
Outro risco é uma epidemia de dengue. Piscinas, entulhos nos quintais e em terrenos baldios acumulam a água da chuva. Caixas d’água e recipientes coletores destampados também podem se tornar criadouros de larvas do vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Por isso, é preciso emborcar vasilhames, tampar as caixas d’água e limpar os quintais. A Secretaria de Saúde montou tendas com equipes de agentes de endemias e realizou mutirões de visitas domiciliares nos bairros mais críticos. As ações serão contínuas até maio.
Fora essas recomendações, a Defesa Civil ressalta o perigo de desabamento de construções em áreas de encosta de morros. Antes de construir, é preciso buscar orientações de órgãos públicos porque entre as consequências de construções irregulares está até a perda de vidas. Em caso de enchente, a Defesa Civil indica somente sair de casa em caso de extrema necessidade. Há o risco de choques elétricos e de acidentes provocados por buracos nas ruas. As vias devem estar livres para a circulação das equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. O telefone em caso de emergência é 199.