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Prefeitura inicia a Semana Mundial do Aleitamento Materno

04/08/2008 18:51:35 - Jornalista: Cesar Dussac

Começou oficialmente, nesta segunda-feira (04), a programação da Semana Mundial do Aleitamento Materno, no Programa de Agentes Comunitários de Saúde/Programa de Saúde da Família (PACS/PSF) Barra-Brasília, com palestra para grupos de gestantes. O evento, criado pelo Ministério da Saúde, em Macaé está a cargo da Coordenadoria da Área Técnica de Alimentação e Nutrição (Catan) e vai até sexta-feira (08).

Segundo a coordenadora do Catan, Débora Peçanha, o tema deste ano, ditado pelo MS, é o apoio para a mulher amamentar. O slogan escolhido pelo Ministério e a Sociedade Brasileira de Pediatria é “Nada mais natural que amamentar. Nada mais importante que apoiar. Amamentação: participe e apóie a mulher”.

- O Ministério da Saúde preconiza o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e complementado até os dois anos de idade. O governo municipal abraçou esta idéia e a incentiva sempre, por intermédio do Catan – mesmo fora da semana específica de aleitamento – em todas as unidades de saúde. A prova disso é que as servidoras públicas de Macaé têm licença maternidade com duração de seis meses, quando a lei federal marca o período de licença até quatro meses pós-parto, para o aleitamento (mamadas no peito). A partir dos seis meses, o bebê continua a mamar no peito, ingerindo alimentos sólidos, até completar dois anos. A partir daí, a criança deve deixar de mamar no peito; é o chamado desmame - explicou a médica.

Débora falou do papel que o leite materno exerce no organismo do bebê. “O leite materno não funciona apenas como alimento fundamental para o bebê, mas exerce o papel de antibiótico e vacina naturais. Também há o lado psicológico, porque cria o vínculo mãe e filho, importante para toda a vida”, frisou.

Quanto à participação do Catan na Semana de Aleitamento, Débora citou o trabalho nos PSFs, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Hospital Público Municipal (HPM), Centro de Referência do Adolescente (CRA), Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam), Aroeira, e em todas as unidades de saúde do município.

Conforme alertou a coordenadora, a mulher gestante e a que amamenta têm direitos garantidos por lei. “É fundamental o apoio da família – marido, pais, filhos mais velhos – além do apoio legal a que têm direito a mãe estudante, as detentas, as que estão empregadas, as que estão desempregadas durante um ano (apoio do INSS)”, concluiu.

No PSF Barra-Brasília, uma equipe técnica conversou com gestantes e lactentes (mães que amamentam), o que marcou o início da Semana Mundial de Aleitamento Materno em Macaé.

A enfermeira Flávia de Paula falou sobre a função do leite materno e desfez crendices populares. “O leite materno é antibiótico natural, vacina e evita infecções e alergias. As camadas mais populares costumam dizer que o leite amarelado – que contém muitas vitaminas - é leite sujo; não é realidade; sua cor amarelada é porque, além das vitaminas, contém gordura. O leite mais ralinho, por sua vez, é considerado leite fraco, o que também é crendice, desinformação, porque esse tipo de leite é que mata a sede do bebê, contém água o suficiente para o bebê não desidratar. Por isso, é que a mãe não deve ficar mudando de peito na mesma mamada, para que o bebê, naquelas três horas normais em que está mamando, receba completamente o mesmo tipo de leite. Se o leite estiver empedrado, vá ao médico”, explicou Flávia.

A fisioterapeuta Bethânia Viana alertou para as posições do bebê durante e após a mamada. “Nunca amamente o bebê, deitada na cama, com ele a seu lado. Pode sufocá-lo com o próprio seio e derramar o leite no ouvido da criança, causando infecção. Durante a mamada, a barriga do bebê deve estar em contato com a barriga da mãe, e a cabeça da criança sempre acima do corpo. Após o aleitamento, esperar, de 20 a 30 minutos, a criança arrotar. Quando deitá-la, providenciar um calço – um travesseiro – para que sua cabeça esteja sempre acima do corpo. Deitá-la, sempre, de lado, para evitar que – havendo refluxo, não seja asfixiada, com a ida do leite para os pulmões”, advertiu.

A assistente social Andréa Bezerra falou sobre os efeitos do cigarro, bebidas alcoólicas (chamadas drogas lícitas), drogas ilícitas e medicamentos sobre a gestante, o feto, a mãe e o bebê que ela amamenta. “As drogas debilitam a mãe, o feto e o bebê que mama, porque através do fio umbilical, a mãe envia as drogas ao sangue da criança, que já nasce viciada, causando-lhe doenças respiratórias e outras. Só podem ser dados à criança os medicamentos receitados por médico, que fará o acompanhamento da gestante, feto, da mãe que amamenta e do bebê”, advertiu. A estagiária de Serviço Social, Thaíse Borba, lembrou que a automedicação e remédios recomendados pelos conhecidos e familiares não devem ser ingeridos nem pela gestante ou mãe ou pelo bebê.

O fisioterapeuta Riberto Anchieta, além de concordar com as profissionais, falou sobre exercícios. “As gestantes devem fazer caminhadas leves, alongamentos e exercícios respiratórios e ter o controle da pressão arterial – tudo sob orientação e controle médicos. Os exercícios respiratórios vão preparar a musculatura para o parto”, considerou.

As mulheres participaram ativamente da palestra, fazendo perguntas e transmitindo experiências uma às outras. Foram unânimes em elogiar o serviço – que chamaram de muito útil - prestado pela prefeitura.

Carla Santos, gestante do quinto filho, veio relembrar ensinamentos e tirar dúvidas. Luciana Pereira espera o terceiro filho. “Nos dois primeiros, a médica que me assistia não me orientou, por isso vim aqui, incentivada por minha amiga Shirleyane, que espera o terceiro”, explicou. Mariana Santos espera o primeiro filho. “Estou aqui porque preciso das informações e ensinamentos, que estou tendo aqui”, afirmou.

A Semana continua nesta terça-feira (05), às 9h, com palestras no PSF Lagomar e UBS Novo Cavaleiros. Também no mesmo dia, palestra, filme e sorteio de brindes no Catan às 14h. Quarta-feira (06), palestra no PSF Virgem Santa às 13h30. Quinta-feira (07), às 9h, palestra e grupo gestante e, sexta-feira (08), palestra às 14h, no UBS Morro Santana.