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Prefeitura monitora ressaca do mar na Fronteira

30/07/2007 16:37:26 - Jornalista: Maria Izabel Monteiro

Mais uma vez os moradores da orla da Fronteira e Barra de Macaé se preocupam com nova ressaca. A Prefeitura de Macaé e a Defesa Civil, para tranqüilizar os moradores vêm monitorando a área. A ressaca começou na madrugada de sábado (28) para domingo (29), atingindo seu ponto mais alto na tarde do domingo, a partir das 14h.

Na área, a prefeitura e a secretaria Executiva de Obras (Semob) constataram que o muro de contenção que está em construção para conter a força do mar vem resistindo e protegendo as residências situadas na extensão de 700 metros de orla. No local, onde a Semob vem estendendo o muro, colocando grandes pedras, desde o final do mês de junho, ainda preocupa, porque a força das águas já levou ampla faixa de areia que era a proteção natural das casas.

Vistoriando o local na manhã desta segunda-feira (30), o secretário de Obras, Tadeu Campos, acompanhado do subsecretário Mário Bucker, constatou que alguns muros de terrenos já apresentam rachaduras, mas as casas ainda estão preservadas pela extensão do muro de contenção. O secretário disse que a Defesa Civil está alerta desde o início da ressaca, no sábado e que, se for necessário, os moradores serão retirados.

- Desde a última ressaca, quando aqui estivemos, constatamos que algumas casas estavam ameaçadas. Resolvemos estender o muro de contenção em toda a área onde a faixa de areia não mais existe. Estamos trabalhando sem parar, com homens e caminhões trazendo grandes pedras para ampliar a contenção por mais 500 metros, – disse o secretário, ressaltando que essa intervenção é emergencial e visa garantir a segurança dos moradores e suas casas.

- O prefeito Riverton Mussi acompanha a situação da Fronteira e a Defesa Civil está mobilizada para remover as famílias, se for necessário. Estamos preocupados porque ainda não estamos nos meses de agosto e setembro, quando as ressacas são sempre mais fortes. Nessa extensão do muro são empregadas mais de 30 mil toneladas de pedras e 1000 viagens de caminhão, para trazê-las da pedreira de Imboassica até aqui – disse Tadeu Campos.

Moradores preocupados vigiam o avanço do mar

Os moradores da Barra de Macaé e da Fronteira voltam a se preocupar com o avanço do mar a cada ressaca, Este ano, várias ressacas já aconteceram. Neste final de semana, o mar voltou a bater forte e os moradores passam as noites em vigília.

Segundo Maria e Lúcia, que residem há mais de 10 anos na Fronteira, ninguém dorme, porque o mar bate forte no muro de contenção e nas paredes das casas, e todos ficam com medo. “Aqui, a situação está mais calma, porque as casas ainda contam com a faixa de areia e o muro está resolvendo. Mas, e as pessoas que moram mais adiante, onde o mar já levou toda areia?” – questionou Lúcia.

Morador da área desde 1992, Ananias Fernandes, disse que em 1993 a maré levou muitas casas e até prédios. Ele teme que a força da água leve o muro de contenção e acabe com toda a orla da Fronteira. “Quando vim para cá, ainda havia uma grande faixa de areia, uma praia. Hoje, não temos mais isso e o mar avança a cada dia”, disse o morador.


Muro é solução emergencial e município já pensa em solução definitiva para conter o avanço do mar

Sobre o muro de contenção, Tadeu Campos voltou a falar que a intervenção é emergencial, mas informou que o município começa a pensar numa solução definitiva para conter o avanço do mar. Para o secretário, a solução seria a construção de um quebra-mar acompanhando toda a orla, aproveitando para construir um porto, para pequenas e médias embarcações.

- Esse é o meu pensamento, mas quanto custa isso? Sozinho, o município não tem condições de arcar com o custo de uma obra desse porte. Seria necessária a parceria com os governos federal e estadual e com a iniciativa privada, uma parceria público-privada - observou acrescentando que a construção do quebra-mar, o município protegeria toda orla e, o porto traria desenvolvimento maior para Macaé, aumentando a receita e geração de mais empregos.

- Muitos falam no que o município recebe royalties, mas poucos sabem quanto custa manter um município desse porte. A cada ano, os investimentos em infra-estrutura diminuem porque aumenta o emprego da receita na parte social, já que Macaé é uma cidade que cresce a cada dia. Os focos presentes mudam depressa e planejar a médio e longo prazos é difícil. Nós trabalhamos contra o tempo, apagando incêndios aqui e ali e o município exige que se comece a planejar a Macaé para daqui a 15, 20 anos – concluiu Tadeu Campos.