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Prefeitura quer retomar negociação do Palácio dos Urubus

18/10/2005 14:27:08 - Jornalista: Simone Noronha

A prefeitura de Macaé, através da Secretaria Municipal de Acervo e Patrimônio, quer retomar as negociações para a desapropriação do Palácio dos Urubus, prédio histórico da cidade que se encontra quase em ruínas. O prefeito Riverton Mussi está disposto a voltar a conversar com a família herdeira do prédio, em 2000 iniciou a negociação com a prefeitura, mas que não chegou a um acordo sobre o valor do imóvel, tombado pelo Instituto Nacional de Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac).

“Temos muito interesse em recuperar o Palácio, nem que seja apenas a sua fachada. O prédio faz parte da história do município”, comentou o prefeito. De acordo com o secretário de Acervo e Patrimônio, Ricardo Meirelles, a prefeitura já fez um projeto de recuperação do prédio, aprovado pelo Inepac, avaliado em R$ 1 milhão. O projeto inclui a reconstrução da fachada e laterais. No primeiro andar, o Palácio teria um teatro de 150 lugares, sala de música e sala de exposições. No segundo andar, o projeto prevê a instalação da Casa da Educação, com biblioteca, sala de informática, mini-auditório, mini-refeitório e sótão.

“Hoje a obra ficará um pouco mais cara, já que com o passar do tempo, a situação do Palácio só piorou. Mas ainda já chances de recuperação”, disse o secretário, que vai marcar uma reunião com os herdeiros do prédio para retomar as negociações. Construído na segunda metade do século XIX, o Palácio foi projetado pelo mestre alemão Antonio Becher, responsável também por vários casarões em Quissamã. A casa foi dada de presente pela baronesa de Muriahe ao seu neto, Manoel Pinto de Ribeiro de Castro.

Mais tarde, a casa passou a pertencer a um dos quatro filhos de Manoel, o conde Augusto, que se casou com Rosa Mônica, neta do Duque de Caxias. Rosa morreu de parto aos 17 anos. O conde, então, em 1893, decidiu vender o prédio para o major Francisco Emílio Caldas, o Chico Major, e se mudou para a Europa. Com o passar dos anos, prédio passou por vários donos. Hoje, o prédio pertence aos herdeiros de dona Cecília de Lourdes da Silva Pimenta. A casa, que já teve o nome de Solar da Princesa por causa da neta do Duque de Caxias, recebeu o apelido de Palácio dos Urubus no início do século XX. Por ficar próximo a um matadouro, o Palácio tinha sempre urubus no seu telhado.