A prefeitura de Macaé realizou, na manhã desta terça-feira (29), a primeira ação do projeto Pousada Cidadania, com abordagem e mapeamento dos moradores de rua. A secretaria Especial de Desenvolvimento Social e Humano coordenou as atividades propostas, entre elas o levantamento de informações sobre a origem, o que busca na cidade e os vínculos familiares de cada pessoa. A ação foi realizada no centro da cidade, na Praça Veríssimo de Mello.
- Macaé quer uma solução para esse problema grave. Durante a semana, eles ficam pelas ruas, mas na sexta-feira muitos não estão mais no município. Essas pessoas vêm em busca de trabalho, mas por não ter qualificação, acabam desempregadas e morando nas ruas. Essa ação de hoje visa diminuir esse número e atender de alguma forma a demanda dessas pessoas - disse o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, dirigindo-se à equipe que iniciava a ação.
A maior parte das pessoas identificadas nas ruas vem de outras cidades, principalmente de Vitória (ES), Campos, São Paulo e Rio de Janeiro, e estão nas ruas por causa do alcoolismo e das drogas.
- Depois de levantarmos de onde essas pessoas vêm, identificamos suas necessidades e encaminhamos os dependentes químicos para atendimento na secretaria de Saúde. A proposta da prefeitura é que elas recebam atendimento na Pousada da Cidadania, onde identificamos suas necessidades, de onde são, se querem voltar e se podem se reintegrar à família - observou o secretário especial de Desenvolvimento Social e Humano, Jorge Tavares Siqueira.
Um casal abordado foi Mireli Rodrigues e Luiz Carlos Alves, que estavam visivelmente alcoolizados. Eles estavam sentados numa calçada próxima à praça, onde foram abordados pela equipe da prefeitura, formada por assistentes sociais da secretaria executiva de Assistência Social. Mireli faz faxina e mora nos Cajueiros: “O dinheiro dou para minha mãe e de vez em quando vou para casa”, disse. Já Luiz é de Campos é pedreiro e sobrevive fazendo biscates. “Tenho família lá que mora próximo ao shopping Estrada, não quero voltar”.
Luciano José Ananias, 43 anos, é de Vitória e está em Macaé há cinco dias. “Estou dormindo na rodoviária, trabalho na roça, mas quero voltar para casa”. Italiano de 52 anos, Carlos Cezar Lethiery Loureiro, está desempregado há 9 meses. “Trabalhei na Petrobras durante 10 anos. Tenho família, filho e neta em Vitória, mas não gosto de lá. Quero ter casa e reconstruir minha família. Estou desempregado e morando nas ruas por falta de oportunidade de emprego”.
Alessandra – A moradora de rua mais conhecida da cidade é Alessandra. Jovem ainda, magra, e envelhecida pela dependência química do crack, ela já não sabe responder direito às perguntas. “Sou de Campos e vim fugida porque mataram meus amigos e o namorado meu e da minha amiga”, disse. Ela recebe ajuda de algumas pessoas que dão comida, roupas e cobertas.
O secretário Executivo de Assistência Social, Rodrigo Willemen, e a assistente social, Ana Palmeira, acompanharam a ação. “Já realizamos essa ação há alguns anos, encaminhando pessoas de volta para suas cidades, para atendimento na secretaria de Saúde ou para tirarem novos documentos, ou ainda, para seus familiares. Agora, a proposta da Pousada da Cidadania é fazer o mapeamento dessa população de rua, abordá-los, encaminhado-os para atendimento, e possível reintegração na sociedade”, explicou Willemen.