A prefeitura de Macaé, por meio da Secretaria de Educação e da Câmara Permanente de Gestão, elaboram, com a colaboração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o projeto político pedagógico da Escola Técnica do Campo. A iniciativa busca contribuir para a dinamização econômica da região serrana através do ensino profissionalizante.
O projeto tem como objetivo o desenvolvimento sustentável da região, por meio da qualificação de estudantes locais em atividades geradoras de renda, associadas à preservação ambiental e à qualidade de vida da população.
Esta semana, a Secretaria de Educação, por meio do Centro de Educação Tecnológica e Profissional de Macaé (Cetep) apresentou as ações já iniciadas para a elaboração do projeto político-pedagógico e processo jurídico-documental. O curso de Nutrição da UFRJ também apresentou sua proposta para a escola.
O diretor-presidente interino do Cetep, Luis Fernando Serôa, informou que no último domingo (8), o Centro iniciou uma pesquisa com questionários dirigidos a estudantes do oitavo e nono anos do ensino fundamental, do primeiro ano do ensino médio e à comunidade serrana. Com o objetivo de levantar a demanda de cursos técnicos da região, a pesquisa, que abrangerá 10% da população local, utilizará também dados do programa Macaé Cidadão. A análise dos dados acontecerá a partir do dia 24.
Desde agosto, o Cetep participa do planejamento da unidade de ensino. Em 20 de outubro, foi feito um registro fotográfico para melhor direcionar o projeto instituído pela Lei Municipal 3.085/08. A escola, que funcionará na Fazenda Vitória, com 190 mil metros quadrados , em Córrego do Ouro, pretende criar oportunidades geradoras de renda para que os jovens dos distritos não sintam necessidade de migrarem para a cidade. A pesquisa, que irá avaliar também a relação da comunidade com a terra para melhor direcionar as ofertas de cursos, será concluída em 15 de dezembro.
A coordenadora do curso de Nutrição/UFRJ, Beatriz Ribeiro, apresentou o trabalho de sua equipe voltado para a escola, intitulado “Da semente ao desenvolvimento sustentável”. “Nossa proposta vai ao encontro das propostas do Cetep”, observou. Ela destacou que as atividades pretendidas são intersetoriais e também que se baseiam nas diretrizes do Programa Nacional de Alimentação.
Também a universidade pretende realizar pesquisa. Seu intuito é conhecer o consumo e práticas alimentares dos alunos e de seus familiares para resgatar a cultura alimentar local; incentivar hortas de alimentos promotores da saúde e aproveitar integralmente os alimentos. A UFRJ pretende incentivar a agricultura familiar, a rotação de culturas, o controle biológico de pragas, a adubação verde, a utilização desta produção na merenda escolar e a certificação da produção com um selo.
Um dos destaques do projeto da Nutrição/UFRJ foi a produção de alimentos funcionais, aqueles que possuem componentes nutricionais relacionados à prevenção da desnutrição, da obesidade, das doenças hipertensivas e cardiovasculares. Beatriz ressalta que esse tipo de agricultura é uma tendência mundial que vem se expandindo a cada ano.
A parceria com a UFRJ propiciará a capacitação dos professores da rede, que serão multiplicadores; estágios acadêmicos e pesquisas. Na reunião anterior o professor Edison Luis Carvalho apresentou o projeto da Farmácia/UFRJ, elaborado por oito docentes. Esse projeto trata da produção de fitoterápicos, produto exclusivamente vegetal indicado como medicamento.
Também integram o grupo de discussão do projeto: a Câmara Permanente de Gestão, representada pelo gerente de Urbanização e Saneamento das Comunidades, Hermeto Didonet e o Instituto de Administração e Políticas Públicas-IAPP, representado por Maria Amélia Gonçalves. Ainda estavam presentes as coordenadoras da UFRJ: de Farmácia, Michelle Muzitano, de Enfermagem, Glaucia Valadares, e de Medicina, Mary Serzedello.
