A prefeitura de Macaé vai assumir o Condomínio Industrial (Codin) - área de 320 mil metros quadrados localizada próximo ao distrito de Cabiúnas, com acesso à RJ-178 e à BR-101 – para dar espaço a novos empreendedores e grupos que queiram se instalar no município. O anúncio foi feito pelo prefeito Riverton Mussi, durante encontro com empresários, na noite de quinta-feira (5), em um hotel do município. Riverton foi ao evento acompanhado da primeira-dama, Márcia Moraes.
- Fizemos a solicitação ao governador Sérgio Cabral porque a área é do governo do estado e agora vai passar a ser da prefeitura. Os detalhes estão sendo providenciados pela procuradoria. Nosso objetivo é atender as pequenas e médias empresas, além de oferecer espaço para aquelas que desejam ampliar suas instalações – destacou o prefeito. A implantação do Codin é coordenada pelo secretário de Indústria e Comércio, Guilherme Jordan.
O encontro com empresários reuniu presidentes e representantes de entidades como Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial e Industrial de Macaé (Acim), Comissão Municipal da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Rede Petro, Grupo de Empresas Prestadoras de Serviço da Área de Petróleo e Afins (Geps), Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). Empresários das áreas de petróleo e gás, construção civil, comunicação, imobiliária, têxtil, entre outras, participaram, além de secretários municipais.
O prefeito e os empresários conversaram sobre mecanismos para alavancar o comércio, a indústria e a prestação de serviços na cidade, como a capitalização do Fundo de Desenvolvimento Econômico (Fumdec), a infra-estrutura na área do Codin, a isenção de Imposto Sobre Serviços (ISS) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para instalação de empresas no Codin, Pólo de Serviços e Pólo Industrial.
PEQUENAS EMPRESAS - A aplicação da lei nacional 123/06, que está incluída no Estatuto Nacional das Micro e Pequenas Empresas e prevê a criação de condição diferenciada para compras em órgãos públicos de até R$ 80 mil em empresas locais foi outro assunto discutido. O prefeito afirmou que o governo municipal quer implantar essa lei, seguindo todos os critérios da legislação. Os empresários também destacaram a importância da Petrobras comprar no mercado local equipamentos e suprimentos diversos. Riverton pontuou que vai levar o pleito à direção da estatal.
O desenvolvimento de arranjos produtivos locais, como o turismo e a pesca, foi outro assunto tratado entre o prefeito e o empresariado. "Nosso maior desafio é promover o turismo de lazer em Macaé, fomentando a rede hoteleira também nos finais de semana, por isso apoiamos eventos e buscamos novas alternativas para o turismo como a canoagem em Glicério, um dos melhores locais do país para esta prática de turismo de aventura", citou o prefeito.
Para o presidente do Fumdec, Francisco Navega, a área de serviços em Macaé está solidificada, o comércio passa a ter novidades como o shopping e a implantação do Sistema de Garantia de Crédito e a indústria tem expectativa de crescimento em projetos como o Pólo Industrial e a Codin. "A logística é um grande fator diferencial de Macaé que atrai empreendimentos. A localização da cidade, a duplicação da BR-101, o aeroporto e as proximidades com pontos estratégicos de logística impulsionam a cidade para ser um grande pólo logístico", avaliou.
Fumdec aprova quatro linhas de crédito
Francisco Navega lembrou que com a reforma administrativa, o Fumdec passa a conceder linhas de crédito para financiar novos empreendimentos no município, com a vertente de atrair negócios e investimentos. "Já temos quatro projetos aprovados para linha de crédito", informou.
Antes, o Fumdec tinha a vertente mais direcionada para o social e agora cumpre o papel de atrair novos parceiros e fortalecer o setor empresarial que está na cidade. "Alavancar outros setores da economia é meta do Fumdec, aproveitando o arranjo produtivo do petróleo e gás na captação de novos investimentos, dentro desta área e fora dela", detalhou.
Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Macaé, Francisco Agostinho, que discursou em nome do empresariado, Macaé procura fortalecer as instituições do município em prol das demandas e pleitos. "O objetivo do encontro é buscar o desenvolvimento econômico e empresarial da cidade, sugerindo políticas estruturantes", disse, citando o aproveitamento do Macaé Centro em eventos diversos, como o que acontece neste final de semana – Salão do Carro – e da rede hoteleira.
Agostinho defendeu a utilização de empresas offshore locais por parte da Petrobras para evitar o desemprego local. "E evitar também evasão de renda", salientou. O vereador Luiz Fernando Pessanha discursou em nome da Câmara e enfatizou que é importante para o comércio local a implantação da lei nacional que garante ao empresariado o diferenciamento em compras até R$ 80 mil, para beneficiar a mão-de-obra regional.
O presidente do Geps, Rogério Silva, comentou que a Bacia de Santos trabalha com reserva de mercado para empresas locais e hoje a necessidade da Bacia de Campos é utilizar as empresas da região. "As empresas daqui têm a qualificação necessária e devem ter tratamento diferenciado", defendeu.