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Prefeitura vai limpar canal que circunda Ilha da Caieira

16/09/2005 18:05:16 - Jornalista: Maria Izabel Monteiro

A prefeitura de Macaé, através de ação conjunta das secretarias municipais de Obras e de Meio Ambiente, está elaborando ações para a limpeza do pequeno canal que circunda a Ilha da Caieira e que desemboca no Canal Macaé/Campos, na altura da Nova Holanda. Este canal, importante para o escoamento das águas que chegam ao Rio Macaé, próximo da ponte velha ao lado da ponte Ivan Mundim, está assoreado e com áreas aterradas por invasores.

De acordo com o secretário de Obras, Tadeu Campos, o acesso ao canal é dificultado porque existem na área construções irregulares, sem respeitar a margem do manancial, e também pelo acúmulo de lixo, jogados pelos próprios moradores das áreas ribeirinhas.

Segundo Tadeu Campos, a secretaria vai iniciar dentro dos próximos dias o levantamento topográfico e batimétrico do canal. Será feito também o estudo logístico operacional, em parceria com a secretaria de Meio Ambiente, para que seja definida a forma de descartar o material - todo tipo de lixo que está dentro da água e nas margens do pequeno canal - e o meio de transporte a ser utilizado para não sujar a cidade. A equipe vai definir ainda a área onde a sujeira será despejada, visando a preservação ambiental de Macaé.

“Vamos solicitar a autorização dos órgãos ambientais estadual e federal, como a SERLA , FEEMA e IBAMA, para realizar a limpeza do canal, já que a área é de preservação ambiental, contendo um manguezal importante para manter a diversidade ambiental do município”, afirmou. O secretário ressaltou que é extremamente importante que o Ministério Público e os órgãos ambientais apóiem as ações da prefeitura, porque a limpeza desse canal é importante para garantir a qualidade de vida dos moradores da Nova Holanda e da Ilha da Caieira e também de toda população.

Meio ambiente - O secretário municipal de Meio Ambiente, Fernando Marcelo Tavares, também ressaltou a importância da limpeza do canal, assim como de outros canais do município, coibindo os aterros que estão sendo feitos na área, que impactuam o local, impedindo que a água circule livremente e prejudicando o manguezal. O secretário lembrou que também na Colônia Leocádia vem ocorrendo problemas semelhantes, com proliferação das invasões, que causam sérios problemas ambientais.

Para o secretário, as invasões têm que ser coibidas no início. Segundo ele, a secretaria de Meio Ambiente já preparou um roteiro de ações que serão realizadas, em parceria com outras secretarias de governo. Entre as ações estão a limpeza diária das ruas próximas, trabalho de conscientização com a comunidade para que evite jogar lixo nos mananciais, e manter coleta eficiente de lixo, evitando a proliferação de insetos e outros animais nocivos. “Já temos programas de ação conjunta para combater as invasões. Elaboramos o Programa de Controle do Processo Migratório, que será apresentado ao prefeito Riverton Mussi, para evitar as invasões e os loteamentos irregulares em área de preservação ambiental”, comentou.

Moradora disse que canal era navegável até poucos anos

Morando na localidade, numa casa bem próxima ao leito do canal, Marina da Silva disse que está ali há mais de 15 anos. Veio para a sua atual casa desde que sua antiga residência, que era no Pontal, foi destruída por uma grande enchente. Casada, com o marido doente, dona Marina ali reside com seis filhos e duas netas. Contou que o canal anteriormente era muito limpo, e que por ele passavam canoas.

- Hoje, aqui há ratos, baratas e muitos insetos. Minhas netas já adoeceram por causa do lixo aqui jogado. Não somos nós que lançamos o lixo na água, mas muitas outras pessoas que aqui só vêem para sujar o canal – disse a moradora.