O Centro de Vida Independente (CVI) completa 12 anos de fundação neste dia 9 de setembro. Ao longo desses anos, a entidade vem desenvolvendo diversos trabalhos com o objetivo de promover capacitação e melhor qualidade de vida para a pessoa portadora de deficiência. O presidente-fundador da entidade, Hildemar Miranda, que ficou deficiente físico depois de um acidente, explica que é a prefeitura de Macaé, através do repasse mensal – que chega a R$ 81 mil - que torna possível ao CVI viabilizar suas ações.
O Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico (Fumdec) é o órgão governamental que repassa R$ 10 milhões anuais a 27 entidades do município de Macaé. “Estamos fazendo a avaliação dessas instituições através do plano de trabalho que elas nos apresentaram. A prefeitura de Macaé quer identificar as ações realizadas, o público alvo e propor melhorias para cada entidade. Nós queremos que elas possam ampliar seu campo de atividades”, explica Jorge Tavares Siqueira, presidente do Fumdec.
Fazer o levantamento, do que é aplicado em responsabilidade social, é prioridade para a atual administração municipal. “A prefeitura de Macaé aporta consideráveis recursos para essas instituições. Queremos detectar se esse trabalho está sendo realizado com profissionalismo, e se os resultados estão sendo alcançados”, afirma o presidente do Fumdec, lembrando que o Fundo Municipal também quer que as entidades busquem recursos externos.
Mergulho para uma nova vida
Um mergulho de cabeça em águas rasas, há 16 anos atrás, transformou a vida de Hildemar Miranda, presidente-fundador do CVI. Ele fraturou a coluna na região cervical e tornou-se paraplégico. “Não trocaria esses 16 anos por nada. Não sabia que iria fazer tantas coisas sentado numa cadeira de rodas”, conta Hildemar, emocionado.
O CVI já apresentou diversos projetos à Câmara Municipal que foram aprovados: acessibilidade, vagas para estacionamento de veículos de pessoas portadoras de deficiência, banheiros adaptados, etc. “Existe uma preocupação do Poder Público Municipal com o deficiente. A prefeitura de Macaé está bem à frente de outras cidades do país”, ressalta o presidente do CVI.
Na sede do Centro de Vida Independente, na rua Conde de Araruama, são desenvolvidos cursos e terapias visando a interação do portador de deficiência e o não portador, para a melhor inclusão social. Arte, dança, teatro, grafite, percussão, são algumas atividades oferecidas no CVI.
“Temos um balcão de empregos para encaminharmos os deficientes ao mercado de trabalho. A empresa liga solicitando o perfil, e encaminhamos a pessoa (cadeirante, deficiente físico, auditivo ou visual). O Projeto sem Barreiras, em parceira com a Petrobras, viabiliza um estágio de 11 meses na estatal para os deficientes. Ao final, 70% dos estagiários têm sido absorvidos pelas empresas que prestam serviço para a Petrobras”, explica Hildemar contabilizando quase 100 estagiários que já passaram pelo projeto desde que foi implantado há mais de dois anos.
No Sítio Escola, no bairro do Vale Encantado, o CVI está desenvolvendo um trabalho novo a menos de um ano. Deficientes com problemas mentais tem disponível uma rotina diária, com atividades rurais (horta, trato com animais) e esportivas; equoterapia (terapia com cavalo) e trabalhos na cozinha e lavanderia. São ministradas também aulas de artesanato (em fibra de bananeira), e em breve, aulas de informática. Alguns moram no próprio sítio.
Através de parcerias com outros órgãos municipais, Hildemar lembra, que é possível o CVI implementar suas ações. “Tanto a secretaria de Educação, quanto a de Obras e Serviços Públicos viabilizam nossas atividades. Elas nos ajudam a sobreviver e fazer esse trabalho social. Estamos fechando parceria também com a secretaria de Agricultura para o trabalho com os animais no Sítio-Escola”, explica o presidente do CVI.
“As barreiras sempre vão existir, sejam elas humanas, ambientais ou sociais. Isso não é motivo para você não buscar o seu sonho. Todo mundo merece ser feliz”, conclui Hildemar.