A secretaria de Defesa do Consumidor de Macaé adverte aos idosos sobre o risco de adquirir empréstimos com crédito consignado, descontado na folha de pagamento. “Isto é muito atraente, mas as pessoas de idade estão protagonizando uma explosão de inadimplência”, avisa o secretário do Procon, Eraldo Viana Sant’Anna. É que há muita propaganda na mídia mostrando que os juros são mais baixos do que os de financiamentos tradicionais. Porém, as pessoas não estão conseguindo pagar outras contas.
Lançado há dois anos, o crédito consignado tornou-se uma verdadeira novidade devido à maneira fácil de ser conseguido. Segundo Eraldo, apesar das vantagens, os aposentados vivem um grande dilema, pois os contratos comprometem a renda em até 30 por cento, reduzem os recursos para pagamento de outras contas, principalmente as do comércio e de outros tipos de crédito. “O pior é que, em muitos casos, a inadimplência é involuntária, já que é enorme o número de aposentados que pegam o empréstimo para parentes e amigos, que não lhes pagam, dando o calote”, lembrou.
Conforme informações do Serasa, a expansão da inadimplência dos idosos foi quase dez vezes superior à média geral, em apenas um trimestre. Esta empresa – que analisa dívidas vencidas com instituições financeiras, lojas e cartões de créditos – tem registrado número menor de pessoas inadimplentes nas duas faixas imediatamente inferiores: de 35 a 50 anos e de 50 a 60 anos.
“Isto significa que a movimentação acima de 60 anos é totalmente atípica e incentivada pelo fato do limite de comprometimento de 30 por cento do benefício para pessoas de baixa renda ser representativo”, frisa o secretário.
Ele diz ainda que o Procon-Macaé faz um alerta aos consumidores – aposentados ou não - que se sentem atraídos por essa modalidade de empréstimo. Antes de se comprometerem devem analisar as conveniências, uma vez que o valor recebido do empréstimo desaparece rapidamente, mas o compromisso assumido (em 12, 24 ou 36 vezes) tem de ser honrado.
Para concluir, o secretário faz a advertência para que o consumidor não se deixe enganar pela euforia, devendo pensar nos prós e nos contras antes de endividar-se, evitando dessa forma complicações desagradáveis, que certamente causarão problemas em sua rotina de vida.