O professor da Faculdade Professor Miguel Ângelo Silva Santos (FeMASS), Aníbal Alberto Vilcapoma Ignácio vai representar Macaé no Congresso Pan-Americano de Engenharia Naval, Transporte Marítimo e Engenharia Portuária, que acontece em Guaiaquil, no Equador, de 24 a 28 de outubro. Ele vai apresentar o projeto “Avaliação dos Benefícios Decorrentes da Ampliação da Hidrovia do Rio Madeira, trecho Porto Velho/Guajará-Mirim”.
A FeMASS é mantida pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac). “A participação do professor Aníbal neste congresso mostra a qualidade profissional do corpo docente da FeMASS”, disse o presidente da Funemac, Jorge Aziz.
O projeto foi encomendado por Furnas Centrais Elétricas, que tem como objetivo a construção, a cargo da Odebrecht, de quatro hidrelétricas: duas em território brasileiro – Jiraú e Santo Antônio – e duas na Bolívia – Cachoeira Esperança e Guajará. Serão gerados 11,5 mil megawatts.
A obra custará 600 milhões de dólares. Segundo Aníbal Vilcapoma, com a construção das barragens, vão surgir 4,2 mil quilômetros de hidrovias, tornando o Rio Madeira totalmente navegável, possibilitando o escoamento da soja, através de Itacoatiara e porto de Santarém no Pará. O professor Aníbal fala dos primeiros benefícios da rota norte.
-Atualmente, o produto segue para portos do sul, já congestionados, através de ferrovias e rodovias, o que encarece seu custo final. De Santarém, os navios atingem o Oceano Atlântico e a soja chega à Ásia, onde a China é o maior consumidor, e à Europa, para venda ao Mercado Comum, com preços mais competitivos, porque o transporte hidroviário reduz os custos do produto.
Segundo o professor da FeMASS, a análise do agro-negócio mostra o impacto em Rondônia e Mato Grosso, a partir de 2013, com a mudança de rota. “Com a crescente demanda de importadores, a projeção do BNDES mostra em 2033 o escoamento da produção de 180 milhões de toneladas, com maior absorção de mão de obra no campo. A indústria naval também vai crescer, devido à necessidade de novas embarcações, aumentando a oferta de empregos diretos e indiretos”, observa.
O professor Aníbal, doutorando da Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (COPPE), diz que, com base nessas projeções, Furnas terá retorno dos 600 milhões de dólares empregados, ao se completarem seis anos de utilização da rota (em 2019), quando serão transportadas 95 milhões de toneladas do produto.