Cerca de 100 professores das redes públicas e particular de ensino de Macaé estão quase prontos para ensinar mais sobre a história do município. Eles terminam nos próximos dias oito e nove o curso “Profissão: Professor Investigador – o estudo da história local, nosso próximo desafio”. No terceiro e último módulo, o curso terá a participação especial da mestre em História e professora macaense Ana Lúcia Nunes Penha. As inscrições para o módulo já estão abertas no Solar dos Mellos. As aulas, divididas para duas turmas, acontecem às 14h.
Na palestra da professora Ana Lúcia, será abordado o tema “A dinâmica e a representação de uma sociedade escravista”. Na palestra, a professora vai apresentar sua tese de mestrado defendida em 2001 na Universidade Federal Fluminense (UFF), mostrando a transição do trabalho escravo para o assalariado, passando pelo cotidiano da escravidão no Brasil Imperial. Na palestra, a professora vai usar reproduções de quadros da época, entre eles “Negros após o trabalho”, de Victor Frond, de 1891, e “Vendedores de flores”, de Jean Baptiste Debret, de 1834.
De acordo com uma das coordenadoras do curso, a professora e historiadora Conceição Franco, a professora Ana Lúcia foi escolhida para encerrar o curso porque se encaixa exatamente no perfil de Professor Investigador. “A tese dela foi baseada em pesquisas de fontes primárias, incluindo o arquivo do Tribunal de Pequenas Causas. É isso que queremos despertar no curso, a curiosidade em relação à nossa história”, comentou.
Promovido pela Secretaria Municipal de Acervo e Patrimônio Histórico, o curso começou em junho e tem como principal objetivo mostrar aos professores detalhes da história local. “Com este curso, eles serão multiplicadores da nossa memória histórica”, comentou a Beatriz Muniz dos Santos. De acordo com ela, o curso tem chamado a atenção também de pessoas de outras áreas, como estudantes de história e cineastas.
A idéia de promover o “Professor Investigador” partiu da procura das pessoas assim que a Secretaria foi implantada. “Vimos a necessidade de criar um curso desta natureza, pois as pessoas tem muito interesse na história local. Nossa intenção é repetir a dose no ano que vem”, comentou Beatriz. No próximo dia 17, o professor e historiador Eduardo Marques fará outra palestra sobre história aberta a toda comunidade, fazendo uma conexão com o período colonial de Macaé no contexto da região.