logo

Profissionais participam de palestra sobre juventude no CRA

29/05/2012 17:49:00 - Jornalista: Jersey Simon - estagiário

Foto: Kaná Manhães

Segundo Kelly Murat, a sociedade de hoje é apenas um reflexo do passado

“Cuidar do jovem é um dever da sociedade, da escola, da família e do estado, enfim, é um dever de todos nós”. Com estas palavras a assistente social e mestre em Política Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Kelly Murat, iniciou sua palestra, na tarde desta terça-feira (29), na sede do Centro de Referência ao Adolescente, o CRA. O evento parte de uma proposta de educação continuada da Secretaria de Saúde.

Cerca de 40 profissionais da rede municipal participaram do evento que teve como tema “Violência, criminalização da pobreza e direitos humanos: desafios e perspectivas da juventude brasileira”. A palestra abordou a construção da identidade infanto-juvenil, a partir dos contextos históricos e sociais brasileiros.

Segundo Kelly Murat, a sociedade de hoje é apenas um reflexo do passado. “Construímos o jovem a partir de sua institucionalização, rotulação e discriminação. É por isso que achamos normal quando ouvimos que mais um jovem morreu em troca de tiros, como se os estereótipos definissem quem somos”, declarou Murat.

Durante a palestra, a assistente social - que já atuou em comunidades difíceis na capital carioca como o Complexo do Alemão - atualizou os participantes com dados sobre a juventude. De acordo com Murat, 75% dos adolescentes de até 18 anos não concluíram o ensino médio. Outra estatística preocupante é em relação à violência doméstica, responsável por 38% do desaparecimento de crianças no país. “Não é em vão que nossas crianças estão nas ruas. Muitas delas não suportam os maus tratos em casa. Apenas de janeiro a maio deste ano, o Disk Denúncia recebeu mais de 17 mil ligações”, alertou.

Ao concluir, a palestrante falou sobre os planos e projetos que estão ajudando a mudar a realidade da juventude brasileira como o Plano Direcional de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, aprovado em 2011. “Precisamos ser otimistas em relação à nossa juventude. Sabemos que não é apenas um plano que vai mudar tudo, mas estamos evoluindo muito”, afirmou Murat.