Com o objetivo de verificar alterações na audição que possam comprometer futuramente a qualidade de vida dos cidadãos, o município de Macaé conta, há um ano, com o Programa de Triagem Auditiva Neo-natal (testa da orelhinha) da secretaria Especial de Saúde, em parceria com a Associação Macaense de Deficientes Auditivos (Amada).
Segundo a gerente do programa, a fonoaudióloga Flávia de Miranda Fernandes, neste primeiro ano de implantação, foram realizados 300 exames, destes 15 crianças são acompanhadas, pois apresentaram indicadores de surdez e uma foi detectada perda auditiva e recebe tratamento de reabilitação necessário. O programa atende as crianças nascidas na rede pública de saúde do município.
Flávia ressalta que as crianças que nascem na Irmandade São João Batista fazem o teste da orelhinha na instituição, as demais são encaminhadas para o programa. “É importante que o exame seja realizado no primeiro mês de vida, pois quanto antes seja detectado algum problema na audição a criança inicia mais rápido o tratamento”, explica.
Além do teste da orelhinha, a secretaria Especial de Saúde oferece exames complementares como o Bera que avalia a audição central da criança, quando necessário fornece o aparelho auditivo, além do encaminhamento para o programa de implante coclear nos municípios de Bauru ou Campinas, em São Paulo. “O implante coclear é uma nova tecnologia que traz benefícios para as crianças surdas”, frisa.
Flávia lembra que os dados mostram a importância do exame devido a grande incidência de problemas auditivos. “É importante que todos os bebês façam o teste da orelhinha, pois a incidência de perda auditiva é de um a três casos a cada mil nascimentos, já as doenças detectadas no teste têm resultado positivo de um a três a cada 10 mil nascimentos”.
A fonoaudióloga acrescenta que a criança com surdez diagnosticada aos três anos necessitará de 10 anos de tratamento. Já àquelas que a doença é detectada nos primeiros meses de vida e iniciado o tratamento adequado, pode reduzir este tempo pela metade e a qualidade de vida do mesmo é superior.
Os gêmeos Pedro Henrique e Luiz Guilherme, que nasceram com seis meses de gestação, precisaram de um acompanhamento da equipe do programa. A mãe Ana Paula Leal elogia a iniciativa da prefeitura e acrescenta que não teria condições de pagar os exames. “Graças a esse programa do governo municipal as crianças recebem o acompanhamento necessário e de qualidade”.
A dona de casa Pamela Vieira, mãe do pequeno Thavynne de apenas 24 horas de nascimento, aprovou o programa. “Este exame é importante para garantir um futuro melhor para o meu filho e de todas as crianças que nascem no município”, declara.
O teste da orelhinha é realizado por um fonoaudiólogo, é indolor e avalia o ouvido interno (cóclea) do bebê enquanto ele dorme. Quando algum problema é detectado é feita nova avaliação e caso seja confirmada a deficiência auditiva a mesma é encaminhada ao otorrinolaringologista para exames complementares. Após passar por todo o processo, a criança e a família são encaminhadas para a Amada onde recebem assistência psicológica, social, pedagógica e fonoaudiológica.