O Programa DST/AIDS do Centro de Testagem Anônima, prepara campanha de prevenção contra a AIDS e doenças sexualmente transmissíveis. A campanha também tem por objetivo interceptar a transmissão dessas doenças. O atendimento ao público é todo gratuito de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h, na Rua Velho Campos, 354, Centro. A testagem é feita às terças e quintas-feiras, de 8h às 11h e das 14h às 17h. Às quartas-feiras, a partir das 17h, o atendimento é para quem não tem disponibilidade durante o dia.
Segundo a supervisora administrativa do Programa, Vera Andrade, além da AIDS, há outras doenças sexualmente transmissíveis, para as quais também há testes específicos, realizados no Centro: VDRL (sífilis), hepatite B e C. “O serviço é informatizado, para acompanhar o desenvolvimento epidemiológico da população. Inclusive, registramos o aumento do índice de soropositivos na terceira idade, para a qual destinamos grande quantidade de preservativos femininos, porque os homens desta faixa etária, por uma questão cultural, são, na maioria, avessos à chamada camisinha, comportamento que gostaríamos que mudasse – e este é um dos temas a serem abordados na campanha” - informou Vera.
- A epidemia de AIDS é permanente em todo o mundo. No Brasil, somente 10% da população já fizeram o teste Anti-HIV, e Macaé também apresenta esta média.
O Programa recebe, periodicamente, 20 mil preservativos, como aconteceu nesta sexta-feira (18). O Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, envia os preservativos para a secretaria de Saúde do estado, que faz o repasse ao município. Os usuários podem apanhá-los no Centro, no setor de distribuição que é logo na entrada. Temos em outra sala um estoque de 140 mil preservativos, acondicionados em ambiente refrigerado, conforme as normas de conservação. Servimos aos 27 PSFs do município, às Ongs da cidade e outras instituições. Também fornecemos remédios, que nunca faltaram em nossa farmácia -, detalhou.
A diretora técnica do CTA (Centro de Testagem Anônima), responsável pela prevenção, Júlia Abreu, detalhou os programas oferecidos à população. “A procura do Programa , semanalmente, está em torno de 30 pessoas. O ideal é atendermos 100 pessoas por semana. O programa tem três serviços: SAE – Serviço Assistencial Especializado – para testagem de pacientes HIV-AIDS e DSTs, que conta com farmacêuticos, biólogos, químicos e médicos infectologistas. O segundo serviço é o CTA – Centro de Testagem e Acompanhamento, que atende a população em geral, responsável pelo diagnóstico precoce do HIV”, disse.
Segundo Júlia, as pessoas procuram o Programa espontaneamente ou por solicitação médica. O terceiro serviço é o de Prevenção, que distribui preservativos para os interessados”, informou. A diretora deu detalhes sobre o público que recebe preservativo em forma de gel.
- O serviço distribui gel para populações específicas: HSH, homem que faz sexo com homem; profissionais do sexo (masculino e feminino), casais sorodiscordantes (parceiro HIV positivo e outro HIV negativo), preservativo feminino e preservativo masculino. Todos os pacientes recebem tratamento e medicamentos específicos, além de contar com psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, esclareceu Júlia.
Outro integrante da administração, Maurício Borges, falou do Programa de Prevenção e Saúde na Escola, que utiliza os professores como palestrantes.
- O trabalho de prevenção nas escolas fica a cargo dos educadores, que fazem um trabalho mais efetivo de orientação e informação. O principal objetivo é a boa saúde dos adolescentes e a elevação de sua auto-estima. Eles aprendem a conhecer melhor seu corpo, e se forma a consciência do jovem para uma tomada de decisão sobre como usá-lo. Esses ensinamentos são introdutórios aos métodos preventivos, disse.
Borges também falou sobre o trabalho de bio-segurança realizado no Centro. “O objetivo deste trabalho é evitar acidentes em profissionais de saúde – médicos, dentistas, enfermeiros, biólogos - que trabalham com hemoderivados e objetos pérfurocortantes”, explicou. Ele informou que outro trabalho – o CTA Itinerante – leva informações, e proporciona tratamento, por intermédio de psicólogos, enfermeiros e profissionais de setores específicos em locais de difícil acesso.
A procura de pacientes pelo Centro acontece por motivos diversos. M.B, 30 anos, foi encaminhado por um ginecologista. “Deu positivo no exame DST/AIDS da minha esposa, que está grávida, esperando nosso terceiro filho. O médico solicitou que eu viesse aqui neste Centro. Vim, porque o médico pediu, e porque tenho amigos portadores de HIV que se tratam aqui, e me garantiram que o atendimento é bom”, declarou. O depoimento de M.B recebe o aval de outras cinco pessoas que aguardavam sua vez nesta quinta-feira (18) pela manhã.