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Programa Saúde do Trabalhador dá palestra sobre hipertensão a vendedores ambulantes

25/07/2008 17:17:26 - Jornalista: Cesar Dussac

Cerca de 30 vendedores ambulantes de Macaé foram orientados nesta sexta-feira (25) no Centro de Saúde Jorge Caldas sobre as causas da hipertensão e como identificar a doença. Exercícios físicos, alimentação, diminuição da ingestão de sal e álcool, e o abandono do hábito de fumar foram abordados em vídeo do Ministério da Saúde e na palestra como os itens mais importantes para a prevenção e tratamento da hipertensão arterial.

O atendimento faz parte do Programa de Saúde do Trabalhador, que tem o nome de Sala de Espera. Após a palestra, a equipe mediu a pressão de todos. A cada sexta-feira será abordado um tema, com a projeção de vídeo do Ministério da Saúde e palestra da equipe de técnicos da prefeitura.

A equipe do Programa, sob a gerência da médica do trabalho, Sheila Oliveira, conta com a técnica de enfermagem Inez Abicalil, e a técnica de enfermagem do trabalho, Monique Coutinho. As técnicas distribuíram um folder de esclarecimentos sobre a hipertensão e um questionário para colher dados dos ambulantes, com histórico de doenças – inclusive na família – para registro no Programa. A médica falou sobre a origem da doença e os prováveis pacientes.

- A hipertensão arterial é popularmente conhecida como “pressão alta”. É um problema de saúde hereditário, que pode afetar homens e mulheres, jovens ou idosos, brancos ou negros, gordos ou magros. A doença é constatada, quando a pressão sangüínea, ao ser medida várias vezes, atinge o patamar de 14 por 9 ou mais. Idosos, diabéticos e negros têm mais probabilidade de sofrer de hipertensão arterial. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença já foi constatada em 15% a 20% da população brasileira com mais de 20 anos de idade, afirmou Sheila.

Segundo a técnica de enfermagem Inez Abicalil, a hipertensão arterial é uma doença silenciosa, que evolui no organismo, sem sintomas aparentes. A pessoa afetada, mesmo com a pressão alta, nada sente, embora esteja passível de ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

- Pelo menos, uma vez por ano, as pessoas devem medir a pressão arterial. Conforme o vídeo que apresentamos, a doença não tem cura, mas pode ser controlada, com – necessariamente – a mudança de hábitos, que inclui a prática de atividade física – de preferência caminhar de 30 a 40 minutos – de três a cinco vezes por semana, começando-se com 10 minutos e acrescentando-se mais 10 minutos a cada semana, ressaltou Inez, que também falou de problemas que interferem na atividade do ambulante.

- A hipertensão causa a diurese (necessidade freqüente de urinar), o que obriga o ambulante a procurar, constantemente, um local para urinar, o que é difícil de encontrar. Outro problema é a longa exposição ao sol, que pode causar câncer de pele.

A técnica de enfermagem do trabalho, Monique Coutinho, comentou o vídeo projetado e acrescentou orientações sobre a alimentação.

- Dentre as mudanças de hábito, a alimentação é um fator essencial. Não podem faltar alimentos com alto percentual de potássio, fundamental na dieta do hipertenso: hortaliças como brócolis, alcachofra, alface, além de abóbora e frutas como pêssego e ameixa. Mesmo que a mudança da alimentação diminua a pressão, quem toma remédio para controle da doença não pode suspender a medicação, o que só o médico pode fazer, advertiu Monique, que também falou do sal, álcool e fumo.

- O sal tem que ser reduzido. Ele é um grande inimigo do hipertenso. Cozinhe sem sal ou com pouquíssimo sal e evite comidas enlatadas, frios, salsichas e lingüiças. A ingestão de bebidas alcoólicas também deve ser evitada, porque o álcool eleva a pressão e pode neutralizar o efeito dos remédios, disse.

Quanto ao fumo, a técnica foi categórica. “Não fume. O fumo agrava as doenças do coração, aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arterial. Conforme o médico falou no vídeo, o fumo aumenta em quatro vezes mais os riscos de problemas cardíacos”, ressaltou.

Todos os ambulantes foram unânimes nos elogios ao serviço e ao atendimento específico criado para eles – o “Sala de Espera”. Cosme Felipe, que trabalha com bebidas (refrigerantes e cervejas), chamou o serviço de “muito útil” aos ambulantes.

- Estava faltando um serviço desses de grande necessidade para nós, porque trabalhamos de sol a sol e não temos tempo de marcar consultas em postos médicos”, observou Para Cássio dos Santos, que vende bebidas na praia.

Valquíria de Souza vende água de coco. “Este atendimento é necessário. A gente assiste à palestra e pode ser encaminhado ao médico”, disse. O também vendedor de água de coco, Valdemir Dutra, se manifestou. “Aprendi muito hoje. Tenho muitas novidades para contar pra família e pros conhecidos”, frisou.