Em Macaé, jovens de 16 a 24 anos participam de programas da prefeitura. Assim como o Projeto Nova Vida e a Guarda Mirim, o Projeto Sem Fronteiras faz a preparação de jovens para o mercado de trabalho como complementação de renda familiar. O Sem Fronteiras faz parte dos projetos da secretaria de Trabalho e Renda (Semtre) e entre os principais requisitos a obrigatoriedade de freqüência no programa e bons rendimentos escolares.
O projeto atende jovens de 16 a 24 anos em situação de vulnerabilidade social com renda familiar inferior a três salários mínimos e a jovens com mais de 18 anos completos sob a perspectiva do primeiro emprego. O Sem Fronteiras conta a parceria da secretaria de educação que concedeu o passe escolar para os alunos poderem participar do projeto.
- A prefeitura de Macaé, através dos projetos sociais, com o Sem Fronteiras tem o compromisso de intensificar o combate à exclusão social. Estamos implantado isso através de políticas de geração de renda, responsabilidade social e o incentivo à elevação da escolaridade dos jovens, relata Bogado.
Thiago de Souza, de 18 anos, é um dos muitos jovens do Sem Fronteiras que já conseguiu seu primeiro emprego através do programa. Contratado pela empresa Babuska como auxiliar de escritório, o jovem que não tinha nenhuma experiência, entrou a oportunidade que faltava. Desde que começou a trabalhar há quatro meses na Babuska, Thiago demonstrou habilidades com outros setores da empresa. “Quando a loja esta muito cheia, eu atendo e às vezes fico no caixa”, conta empolgado o jovem morador da Malvina.
Com o dinheiro que ganha, Thiago ajuda a mãe em casa e o restante gasta com ele mesmo. Mesmo com pouco tempo de trabalho, Thiago já faz planos para o futuro. “Quero fazer faculdade, mas ainda não escolhi, estou em dúvidas entre sistema de informação ou ciências biológicas“, diz.
A eficiência do jovem já foi observada pela proprietária da loja, Márcia da Costa, que fala com muito entusiasmo de seu desempenho. E quando fala no empregado não poupa elogios. “Ele é muito educado e esforçado. Além de ter muita disposição e boa vontade para executar o serviço”, conta a empresária que logo em seguida faz novo comentário. “Ele se preocupa com a aparência, todos os dias chega aqui com os sapatos engraxados”, brinca.
Parceira do projeto, Márcia conheceu o Sem Fronteiras, através da filha, que a incentivou a fazer as contratações. A idéia deu tão certo que a empresária já tem em suas lojas mais dois funcionários que começaram a trabalhar com ela através do projeto.
Os jovens que participam do projeto passam por uma avaliação bimestral feita pela equipe do Sem Fronteiras. “Eles participam de cursos de formação profissional e pessoal, onde são enfocados temas como gravidez na adolescência, cidadania, sexualidade e outros”, esclarece a coordenadora do Programa Jovens Sem Fronteiras, Euzineia Santuche.
De acordo com ela, todos os jovens têm acompanhamento pedagógico, social e ainda passam por uma avaliação psicológica antes de serem encaminhados ao mercado de trabalho. Os coordenadores do programa fazem um controle de freqüência junto aos alunos que estão na escola. Entre os cursos que os jovens já participaram este ano está o de informática, arte mosaico, medição dimensional, combate a incêndio e primeiros socorros. “Em todos esses cursos contamos com a parceria da iniciativa privada e instituições municipais”, conta.
O Sem Fronteiras já encaminhou 20 jovens para o mercado de trabalho local. “Esperamos poder ampliar esse número no próximo ano através de parcerias com a iniciativa privada”, planeja a coordenadora. As últimas conquistas do projeto foram 20 vagas para o curso de informática, 10 para aulas de inglês e cinco de espanhol. Tudo isso graças a uma parceria com a Faetec em Macaé. “Os nossos jovens não vão precisar passar pelo processo de sorteio de vagas, com sempre acontece”, comemora a coordenadora do programa que espera estender as parcerias que vão beneficiar muitos jovens em Macaé.