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Projeto Imagens em Movimento promove exibição do filme “Sonho de Rose”

20/04/2006 14:26:50 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Dando continuidade ao ciclo de debates e palestras sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, será exibido o documentário “Sonho de Rose”, no Solar dos Mellos, na terça-feira (25), às 19h. A palestrante será a professora e ex-vereadora Ivânia Ribeiro, que comentará sobre o assunto. Para garantir lugar, as pessoas podem telefonar para o Solar dos Mellos, (2763-2396 ou 2759-2441). O Solar fica na Rua Conde de Araruama, 248.

Segundo o secretário de Acervo e Patrimônio Histórico, professor Ricardo Meirelles, o objetivo deste projeto é criar gosto pelo cinema, desenvolvendo senso crítico. “Este trabalho visa analisar a realidade brasileira em termos políticos, sociais e econômicos e está dentro da meta da Semaph, que é discutir história, não só de Macaé, mas também do país”, explicou Meirelles. Ele destaca que o projeto proporciona aprimoramento cultural das pessoas.

Na semana passada, o público assistiu ao documentário “Terra para Rose”, cuja diretora, Tetê Morais, também dirige o filme “Sonho de Rose” – filmado dez anos depois do primeiro, mostrando como ficou a vida dos trabalhadores uma década depois. “Terra para Rose” tratou da luta pela terra, abordando a influência de alguns setores da sociedade, como a Igreja Católica, em prol das ocupações, que resultaram no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). As filmagens aconteceram durante a invasão de 1.500 famílias (oito mil pessoas) à fazenda Anoni, no Rio Grande do Sul, em 1985.

Após oito meses de negociações sem conseguir resolver o problema com as autoridades, mulheres, crianças e pais de família marcham para Porto Alegre, em busca da desapropriação das terras. Para isso, eles caminharam durante 28 dias pelas rodovias e comunidades gaúchas, até chegar na Assembléia Legislativa.

Mostrando heroísmo, os sem terra refletiam também nacionalismo e religiosidade. Várias mulheres expõem suas óticas da situação política. Ao final da exibição a advogada Ana Cláudia Diogo Tavares fez comentários sobre o filme, no qual Rose – que dá nome ao documentário – fora morta por um caminhão, lançado pelo motorista sobre os trabalhadores. Outros dois sem terra também morreram na tragédia.

No debate, foi mostrado que o modelo de latifúndios acontece no país desde sua colonização e que apesar de todos os programas de Reforma Agrária, a situação continua muito problemática no país. Entre outros assuntos, também foi registrado o fato de a Igreja Católica buscar na atualidade justiça social no referente a este tema, enquanto que no passado, isso não acontecia.

O filme mostrou que na ocasião da criação do ministério da Reforma Agrária, o então presidente José Sarney mencionava em discurso encontro entre Tancredo Neves e o Papa João Paulo II. Naquela época, o chefe da igreja pediu ao futuro presidente do Brasil a realização da Reforma Agrária.

“Nenhum político se pronuncia contra a Reforma Agrária, mas esta não acontece satisfatoriamente”, concluiu a advogada. No museu da cidade de Macaé – Solar dos Mellos – ocorrem diversas atividades, por exemplo, seminários, workshops, exposições, palestras, manifestações artísticas, exposições e outras.