A Secretaria de Educação, na segunda-feira (4), vai lançar em vinte e quatro escolas da Rede Municipal de Educação que atendem a estudantes do 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio o projeto literário ‘Pensando o Futuro de Macaé’. 600 livros de ficção científica já foram entregues. A proposta é incentivar a leitura através desse gênero, além de provocar reflexões sobre as perspectivas do município para os próximos anos.
O projeto consiste em palestras sobre o gênero ficção científica, tendo como base o livro ‘Hegemonia – O Herdeiro de Basten’, de Clinton Davisson. O livro, que foi selecionado por meio de edital, recebeu também uma indicação da Coordenadoria de Políticas para Promoção da Igualdade Racial’ (Corafro), por abranger questões relativas a preconceitos.
Além das palestras, o projeto prevê oficinas e o concurso literário “Pensando o Futuro de Macaé”. Duas unidades escolares da região serrana serão as primeiras contempladas: a Escola Municipal Carolina Curvelo Benjamim e o Colégio Estadual Municipalizado Raul Veiga, ambas em Glicério.
‘Hegemonia” foi lançado em Macaé, na terça-feira (28), no auditório Cláudio Ulpiano, na Cidade Universitária. Para a subsecretária Pedagógica de Educação, Gelda Tavares, esse gênero é muito atrativo para o aluno. “A ficção científica está na televisão e atrai o interesse. É uma forma de incentivarmos o interesse por Macaé e de despertarmos preocupação pelo o que ela pode fazer pelo futuro da cidade”, disse.
Durante o lançamento, o escritor e jornalista Clinton Davisson apresentou a história da ficção científica, seus ícones e principais produções e também sobre a produção de sua obra, que levou sete anos para ser concluída. Após a palestra houve um debate sobre o livro e a proposta do projeto com coordenadores da Secretaria Municipal de Educação, professores, pedagogos e jornalistas presentes.
- “Hegemonia” aborda a questão do preconceito de maneira metafórica. Na história um grupo tenta culpar o outro pelos problemas daquela realidade futurista, até que chegam à conclusão que a culpa é do próprio preconceito entre esses grupos, sintetiza o autor, acrescentando que buscou se afastar de extremismos ao apresentar os agentes preconceituosos. “Às vezes não enxergamos o mau em quem aparenta ser muito bom”, ressalta.
A coordenadora de Leitura da Secretaria de Educação, Maria Georgina de Souza, ressaltou a importância do projeto. “O autor na escola é um incentivo muito grande para leitura. Ele irá tratar da ficção científica e sua história, o que desperta o aluno para a leitura do livro e futuramente para a construção de seus próprios textos”, considera.
O autor conquistou elogios internacionais e ganhou prêmios em todo o Brasil, incluindo o prêmio Nautilus da revista Scifi-News. A obra também foi selecionada para o projeto “Ponto de Convergência” que classificou os dez livros mais importantes de ficção científica feitos no país nos últimos dez anos. O enredo apresenta seres conhecidos em contos de fadas vivendo em organizações sociais complexas, onde existe o desemprego, a fome e a discriminação racial e social.
O escritor Roberto de Souza Causo, que foi editor da revista Asimov Magazine, a mais importante do gênero no país, afirma que “Hegemonia” é um dos projetos mais ambiciosos da ficção científica nacional desde a década de 80. “Desde o clássico ‘Padrões de Contato’ de Jorge Calife, que não havia a tentativa de se criar um universo ficcional complexo como este”, declara.