A Fundação de Agropecuária, Abastecimento e Pesca (Agrape) tem um projeto de tratamento e monitoramento das águas da região serrana, tanto a água de consumo da população, localizada em reservatórios, quanto cachoeiras, riachos e rios, onde os turistas se concentram. Segundo o idealizador do programa, o biólogo Luis Marcelo Ribeiro Regis, haverá coleta em nove pontos da região serrana – Sana, Frade, Trapiche, Óleo, Córrego do Ouro, Cachoeiras de Macaé, Bicuda Grande, Bicuda Pequena e Serro Frio - com o objetivo de analisar as condições de higiene das caixas, conservação e localização.
A meta é refazer o levantamento do mesmo projeto feito em 1997, quando Luis Marcelo atuava na Secretaria de Meio Ambiente. “Desta vez ampliaremos o programa, verificando a mata ciliar, as condições das nascentes e o tipo de poluição que encontramos nestes pontos, para que possamos tomar as medidas necessárias de saneamento”, explica o biólogo.
“Queremos tomar conhecimento se nas águas das cachoeiras há coliformes fecais, qual é a fonte poluidora? Qual é o tratamento específico?”, questiona o profissional. Tudo isso para que a água que contém o resíduo seja tratada antes de chegar ao corpo d’água. Para tanto, fotografias serão tiradas em diversos pontos.
O material coletado será levado para laboratórios que, por sua vez, farão a análise físico, química e bacteriológica, gerando um laudo com o resultado destes estudos. “A saúde pública pode ser afetada pela via hídrica, pois pela água ocorre a disseminação de doenças, principalmente para as crianças”, justifica Luis Marcelo, lembrando que o projeto será visto e autorizado pelas autoridades municipais antes de ser posto em prática.
Trabalho na cidade
O programa de saneamento ambiental visa levar o saneamento para a totalidade da área urbana e rural, de forma que dentro de um curto espaço de tempo, seja possível fazer adequação de processos de tratamento de esgoto a baixo custo e com eficiência.
Segundo Luis Marcelo, há regiões em Macaé com resíduos domésticos e industriais. É o caso do Parque Industrial localizado no bairro Novo Cavaleiros, onde graxa, óleo, solventes e produtos químicos se misturam aos dejetos domésticos e são lançados na Lagoa de Imboassica. “A Lagoa está com um certo grau de contaminação”, adverte o biólogo. Ele disse ainda que o tratamento de esgoto está interligado ao tratamento da água. E isto gera mais saúde à população.