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Quartas Culturais apresenta o filme “O Auto da Compadecida”

05/06/2007 15:53:44 - Jornalista: Equipe Secom

Nesta quarta-feira (06), no auditório Euzébio de Mello, na Escola de Artes Maria José Guedes, será exibido, gratuitamente, o filme “O Auto da Compadecida”. A exibição é um dos programas do projeto “Quartas Culturais” que envolve, filmes, poesias, teatro e música, desenvolvido pelo núcleo de agentes culturais da escola de artes e faz parte de um acervo escolhido especialmente para exibição pública devido a sua forma teatral de encenação. Antes da sessão, o diretor da escola de artes, Fred Tolipam, faz comentários sobre a parte teatral e o texto da película.

Para assistir ao filme “O Auto da Compadecida” basta chegar uma hora antes da exibição no quarto andar da Fundação Macaé de Cultura, o auditório comporta cinqüenta pessoas, e o filme tem duração de 104 minutos.

O texto é uma adaptação da peça teatral do diretor Ariano Suassuna, sua primeira encenação foi em 1956, em Recife, Pernambuco. É uma comédia de tipo sacramental que põe em relevo problemas e situações peculiares da cultura do Nordeste do Brasil. Insere elementos da tradição da literatura de cordel, apresenta traços do barroco católico brasileiro, mistura cultura popular e tradição religiosa. Já estrelada em palcos nacionais, virou filme e valeu uma minissérie de televisão, a história se passa em forma de “auto” que é uma modalidade do teatro medieval.

O filme conta a vida no vilarejo de Taperoá, sertão da Paraíba, João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), dois nordestinos sem eira nem beira, andam pelas ruas anunciando A Paixão de Cristo, "o filme mais arretado do mundo". A sessão é um sucesso, eles conseguem alguns trocados, mas a luta pela sobrevivência continua. Novos desafios vão surgindo, provocando mais confusões armadas pela esperteza de João Grilo, mas a chegada da bela Rosinha (Virgínia Cavendish), filha de Antonio Moraes (Paulo Goulart), desperta a paixão de Chicó, e ciúmes do cabo Setenta (Aramis Trindade). Os planos da dupla, que envolvem o casamento entre Chicó e Rosinha e a posse de uma porca de barro recheada de dinheiro, são interrompidos pela chegada do cangaceiro Severino (Marco Nanini) e a morte de João Grilo. Todos os mortos reencontram-se no Juízo Final, onde serão julgados no Tribunal das Almas por um Jesus negro (Maurício Gonçalves) e pelo diabo (Luís Melo). O destino de cada um será decidido pela aparição de Nossa Senhora, a Compadecida (Fernanda Montenegro).

O autor - Ariano Suassuna, professor da Universidade Federal de Pernambuco e responsável por um dos mais importantes grupamentos musicais do Brasil – Armorial –nasceu na Paraíba, em 1927. Jornalista, escritor, crítico teatral, membro do Conselho Federal de Cultura (1968-1972), Bacharelou-se em Direito, em 1950. Escreveu diversas peças teatrais, e concluiu o Auto da Compadecida em 1955. A peça foi representada no Primeiro Festival de Amadores acionais em 1957, no Rio de Janeiro, foi premiada. Com isso, ganhou curso nos grandes centros teatrais do sul do país.