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Rede Municipal de Ensino inicia inscrições do programa Analfabetismo Zero

09/12/2010 15:44:32 - Jornalista: Douglas Fernandes

Estão abertas as inscrições do programa Analfabetismo Zero, da Secretaria Municipal de Educação. Todas as unidades da rede de ensino estão aptas a receber o cadastro para a formação de turmas para o próximo ano. Amigos, parentes, vizinhos e familiares estão mobilizando seus conhecidos a terem acesso à alfabetização por meio do programa. O objetivo é reduzir drasticamente o quadro de analfabetismo no município, que segundo dados da última pesquisa do programa Macaé Cidadão chega a 4%. O início das aulas está previsto para março de 2011.

- Nosso número é baixo, considerando os últimos dados divulgados nacionalmente no país e por se tratar de um município impactado pela exploração do petróleo e a migração constante de pessoas sem a correta formação educacional. Mesmo assim temos como uma das prioridades de 2011 a erradicação do analfabetismo em Macaé, disse o secretário de Educação, Guto Garcia.

Ele acrescentou que o projeto está ligado também à cidadania.

- O letramento tem relação direta com a auto-estima do cidadão. O maior problema que existe hoje é que o analfabeto adulto normalmente tem vergonha de procurar a escola. Então vamos atrás dessas pessoas, para incentivá-las a se inscreverem nas nossas classes do programa Analfabetismo Zero. Vamos fazer uma parceria com os Postos de Saúde para localizar onde estão as pessoas que não sabem ler e escrever, ressaltou.

Elaborado pela equipe Pedagógica da Secretaria, o projeto nasceu após uma pesquisa realizada nos bairros de Macaé sobre o nível de escolaridade entre os moradores. Nessa pesquisa foi constatada também o número expressivo de pessoas que gostaria de retornar a escola, mas não consideravam essa ideia possível. Ou os horários praticados pelo EJA regular muitas vezes não eram compatíveis com o horário de trabalho ou a distância de suas casas até as escolas que oferecem essa modalidade era muito grande. A partir desses dados, foi elaborado um projeto de alfabetização, constituído por módulos, onde cada qual desenvolve conteúdos a partir de um tema específico de forma interdisciplinar.

Com a abertura da Pré Matrícula na Rede Municipal de Ensino, iniciou-se uma campanha de incentivo nas comunidades escolares para que, durante as inscrições, possam mobilizar adultos, idosos ou adolescentes, que não sejam alfabetizados a procurem uma escola para fazer a inscrição.

- Vale ressaltar que o EJA nas séries do ensino fundamental continua com as inscrições abertas. Basta o interessado acessar o site da prefeitura de Macaé e clicar na mensagem da Pré Matrícula, disse a subsecretária de Ensino Fundamental, Gelda Tavares.

Guto Garcia disse ainda que espera com a iniciativa mobilizar outros municípios para mesma campanha. “ Espero que essa ação sirva de exemplo para outros municípios e que todos engajem nessa luta. A erradicação do analfabetismo é um desafio coletivo”.
As aulas serão ministradas em pólos espalhados pela cidade, entre eles a Associação Macaense de Apoio ao Deficiente Auditivo (Amada). A instituição firmou um acordo com a Secretaria de Educação para abrigar um dos locais de ensino. Para a presidente da Amada, Marilene de Miranda Fernandes, a possibilidade representa um grande avanço na educação dos deficientes auditivos.

- Há nove anos existe a Amada e, desde sua fundação, temos percebido que muitos deficientes auditivos não conseguem se alfabetizar. Esse trabalho será muito bom principalmente para adultos, comemorou.

Outro ponto que tem sido apontado como objetivo pelo secretário de educação é a erradicação do analfabetismo digital. “Já tivemos grande redução do numero de pessoas que nunca tiveram contato com a informática, com as Lan Houses Públicas e os cursos de informática gratuitos oferecidos pela prefeitura. Queremos expandir a nossa atuação levando mais projetos de informática para dentro das escolas municipais” destacou.

Entre estes projetos está a possível transformação dos laboratórios de informática em Lan Houses Públicas. “Iremos analisar caso a caso, para verificarmos a possibilidade de realizarmos esse projeto, mas, inclusive, há incentivo do Governo Federal para que as escolas que receberam os laboratórios do Proinfo (Programa Nacional de Informática na Educação) sejam abertas à comunidade”.